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31 anos sem Cazuza: o poeta ainda vive, político e exagerado

“Fico muito feliz em ver que ele não foi esquecido”, diz Lucinha Araújo, mãe de um sujeito chamado Agenor de Miranda Araújo Neto, mas jamais conhecido pelo nome da sua certidão de nascimento. Lembrado ele é, cara Lucinha, até hoje, mas como Cazuza, o poeta, o exagerado – um ou outro, por muitas, muitas vezes, ambos.

O fato é que, com o esforço de Lucinha, aliado à poesia feroz e visceral de seu filho, a obra de Cazuza se mantém firme.

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Morto em 1990, aos 32 anos, o cantor e compositor surgiu como vocalista do Barão Vermelho, banda com a qual gravou três discos (‘Barão Vermelho’, de 1982, ‘Barão Vermelho 2’, de 1983, e ‘Maior Abandonado’, de 1984), e seguiu como artista solo, abastecido pelos elogios de Caetano Veloso e recebido, de braços abertos, pela juventude já não tão jovem crescida ao som dos tropicalistas surgidos no final dos anos 1960.

Planos, Lucinha, tem vários. Ela atende o telefone da reportagem em trânsito – mas, calma, não era ela quem dirigia – e passa a contar dos projetos que envolvem a obra de Cazuza.

A princípio, e mais concreto deles, é a criação do Centro Cultural Cazuza, sediado na casa onde viveu a tia de Agenor, em Vassouras, município no centro-sul do Estado, a pouco mais de 100 km de distância da capital.

Ali, Lucinha nasceu – embora tenha vivido o resto de sua vida no Rio de Janeiro – e lá Cazuza ficava no período de férias escolares, quando criança. O casarão é datado de 1849, que foi reformado.

Lucinha conta da realização com orgulho. “Instalei um elevador, vou levar alguns objetos do Cazuza para serem expostos lá, vamos ter uma réplica da estátua de Cazuza (instalada no Leblon em 2016) e instalarei um televisor para exibir alguns dos principais shows dele”.

Lucinha também revela mais detalhes sobre o disco de canções inéditas escritas por Cazuza, prometido há tempos. As letras deixadas por ele serão reinterpretadas por nomes como Leoni, Wilson Sideral, Xande de Pilares. “Caetano Veloso está com uma música para fazer, Gilberto Gil também”, conta.

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