Foto: Divulgação/Star+ Brasil Série documental

Balão Mágico: documentário mostra que bastidores eram um verdadeiro pesadelo

Balão Mágico: A história por trás do fenômeno‘, a nova série documental que estreia nesta quarta-feira (12) no Star+, traz o reencontro da formação original do Balão Mágico para reviver os momentos de sucesso e os traumas que os acompanharam nessa jornada.

Tatiana Issa, diretora da série, destaca a importância dos membros para uns aos outros: “Eles eram muito importantes uns para os outros, eles foram a família inventada”.

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A origem do Balão Mágico remonta a 40 anos atrás, quando a gravadora CBS lançou um plano para popularizar a música infantil no Brasil. A ideia era criar um grupo de crianças que cantassem versões em português de sucessos latino-americanos.

Foi então que surgiram Mike, Simony, Tob e Jairzinho, as vozes por trás de um dos maiores fenômenos da indústria fonográfica nacional dos anos 1980.

O grupo, apoiado por um programa diário nas manhãs da TV Globo e colaborações com grandes nomes da música brasileira como Roberto Carlos, Fábio Jr. e Djavan, logo conquistou o coração do público.

A série documental de três episódios, dirigida por Tatiana Issa e Guto Barra, propõe uma imersão nesse passado repleto de shows em estádios lotados, viagens exaustivas, gravações intermináveis, disputas financeiras e bullying escolar.

Balão Mágico - crianças

Foto: Reprodução/YouTube

“Acho que a história do Balão é mais do que apenas a jornada desse grupo“, comenta Tatiana Issa.

“Naquela época, as crianças andavam de carro sem cinto de segurança, todas amontoadas atrás, a mãe fazia um gesto com o braço para evitar que voassem para a frente ao frear. Estávamos saindo de uma ditadura militar e adentrando uma sensação de liberdade“, reflete a diretora.

Com um Emmy em sua estante pelo documentário ‘Pacto brutal – O assassinato de Daniella Perez’, Tatiana tem uma conexão pessoal com a indústria do entretenimento desde os 7 anos de idade.

Integrantes Balão Mágico - hoje

Fotos: Reprodução/YouTube

Um encontro emocionante após quatro décadas

Nas palavras de Paula Buarque, diretora de cena de ‘Superfantástica‘, a reunião do Balão Mágico, após 40 anos, foi um verdadeiro desafio emocional.

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“Eles eram muito importantes uns para os outros, eles foram a família inventada, aquela que estava no ônibus que ia para o show, que subiu junta no balão, que cumpria os horários insanos“, descreve Paula.

Ela confessa que existia um certo receio em promover o reencontro. “Eles tiveram uma convivência muito intensa e, depois, um hiato. Mas foi como aquele melhor amigo do colégio que você reencontra depois de 20, 30 anos. A memória volta toda para aquela idade“.

A série documental oferece um vasto cardápio para os fãs de documentários musicais. O enredo inclui cenas de arquivo, histórias de sexo, drogas e rock’n’roll (graças a Mike, o rebelde do Balão) e uma série de depoimentos de artistas, executivos de gravadoras, diretores de TV e fãs notáveis, como o ator Lázaro Ramos.

Lázaro faz sua participação especial para expressar uma sensação que muitos brasileiros negros sentiram na época: “Nossa, como foi importante ver o Jairzinho na televisão quando eu era moleque! Quem sabe agora eu também possa estar na televisão, né?”, observa o ator.

Mas, sem dúvida, um dos momentos mais emocionantes do documentário é a história de Simony, que enfrentou um câncer de intestino (atualmente em remissão) durante a gravação da série.

“Simony é uma guerreira, é uma mulher que precisa ser melhor compreendida”, diz Tatiana, referindo-se à conturbada trajetória da artista.

“Ela estava lutando por uma voz quando virou mocinha, e depois virou mulher… O julgamento da sociedade sempre foi cruel, mas ela enfrentou tudo de peito aberto”.

Traumas e medos dos integrantes do Balão Mágico

No documentário que estreia nesta quarta-feira (12) no Star+, o famoso grupo infantil dos anos 1980, Balão Mágico, tem sua história revisitada através de relatos tanto emocionantes quanto sinceros.

Em três episódios, os integrantes Simony, Tob, Mike e Jairzinho se reencontram, rememorando as turnês lotadas e o sucesso de outrora. No entanto, é nos depoimentos individuais que a sinceridade e a espontaneidade se destacam.

Logo no primeiro episódio, Mike se abre sobre os desafios internos do grupo, chegando a admitir que tinha inveja da potência vocal de Tob e Simony.

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Por outro lado, Tob garante em entrevista que nunca percebeu a inveja de Mike. As dinâmicas do passado, as revelações surpreendentes e os confrontos honestos marcam essa nova série documental, oferecendo uma visão íntima e, por vezes, dura, do icônico grupo Balão Mágico.

O novo documentário da Star+ revela conflitos internos e experiências traumáticas vivenciadas pelos membros do Balão Mágico. Tob e Mike discutem a participação da família de Simony na equipe técnica da banda, o que gerava uma sensação de desequilíbrio financeiro.

A gente não ganhava o mesmo e passava a sensação de que não era bem dividido o dinheiro”, diz Tob. Além disso, o documentário destaca episódios de bullying e a pressão do trabalho árduo durante a infância.

No segundo episódio, os integrantes discorrem sobre a rivalidade com Xuxa e seu ‘Xou da Xuxa’, que substituiu o programa da banda na Globo. Simony relembra: “Medo de perder o posto para ela”.

Tob, por sua vez, compartilha uma experiência traumática durante a gravação com o boneco Fofão. Após erros em suas falas, o intérprete do boneco, Orival Pessini, se irritou e deixou o set abruptamente, causando um profundo impacto em Tob.

Hoje eu diria para ele [Pessini morreu em 2016] que tivesse mais paciência. Não foi nada proposital. Eu era só uma criança”, conclui .

Confira o trailer do documentário ‘A superfantástica história do Balão’:

Como os integrantes do Balão Mágico estão hoje?

Os membros do Balão Mágico, um dos grupos infantis mais icônicos dos anos 80, trilharam caminhos distintos após o fim do grupo. Você já se perguntou como eles estão hoje?

Jairzinho

Jairzinho - Balão Mágico

Fotos: Divulgação

Ele, que é filho do cantor Jair Rodrigues, entrou no Balão Mágico como o quarto membro. Atualmente tem 48 anos e vive nos Estados Unidos com sua esposa, Tânia Khalill, e suas duas filhas, Isabella e Laura.

No entanto, Jairzinho nunca deixou o mundo da música, mantendo-se ativo como cantor, compositor e produtor. Hoje, aos 48 anos, ele reflete“O reencontro dos quatro, proporcionado pelo documentário, foi importante para colocar algumas coisas no lugar“. 

Mike

Mike - Balão Mágico

Fotos: Divulgação

Mike, filho do ex-prisioneiro e ladrão britânico Ronald Biggs, se juntou ao Balão Mágico de uma maneira bem inusitada – após fazer um apelo na TV pela volta de seu pai sequestrado. Hoje com 48 anos, além de continuar sua paixão pela música, Mike trabalha com reflorestamento, tendo realizado projetos em regiões como Acre, Rondônia, Mato Grosso e Pará.

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Ele compartilha: “20 anos atrás, quando meu pai saiu da cadeia e faleceu, comecei a trabalhar com reflorestamento. Nunca saí da música, sempre continuei tendo banda e tocando para várias pessoas”. Agora, ele vive uma vida tranquila, cercado pela natureza e sonha com uma aposentadoria tranquila na praia praticando esportes nos próximos anos.

Tob

Tob - Balão Mágico

Fotos: Divulgação

Tob, que fez par com Simony nos primeiros discos do Balão Mágico, continua sendo o mais velho do grupo, agora aos 52 anos. Ainda um pouco tímido, como era na época do grupo, Tob exibe seu talento artístico como pintor, compartilhando suas obras no Instagram e residindo em São Paulo.

“Quando criança, não tinha como ter noção do que está acontecendo e de onde estávamos indo, até da importância para as pessoas de ter feito parte da infância delas”, explicou ele em entrevista à ‘Splash’. “Aí você vai vivendo e seu modo de pensar começa a mudar bastante. Agora, vendo, eu fico muito feliz de participar porque isso se torna muito mais significativo.” 

Simony

Simony - Balão Mágico

Fotos: Divulgação

Por fim, temos Simony, a mais jovem do grupo. Após o Balão, ela seguiu sua carreira com outros programas infantis e até mesmo posou para a Playboy. Em uma fase particularmente difícil, ela se viu presa em uma rebelião no Carandiru, em 2001, quando estava visitando seu então namorado Afro-X, pai de seus dois filhos mais velhos.

No documentário, ela reflete sobre a fama precoce e o peso das críticas e controvérsias em sua vida adulta. Agora, Simony está com 47 anos de vida, noiva do cantor Felipe Rodriguez e na fase final de um tratamento contra o câncer de intestino.

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