Foto: Reprodução/Redes Sociais Síndrome de Lobisomem

Bebês desenvolvem Síndrome de Lobisomem por causa de medicamento

Uma situação impressionante tem chamado a atenção do mundo todo depois que vários bebês na Europa desenvolveram hipertricose  – condição raríssima conhecida como a “Síndrome de Lobisomem”.

Trata-se de uma condição que provoca crescimento excessivo de pelos no rosto e no corpo, após exposição ao minoxidil, medicamento usado para tratar calvície.

Desde 2023, 11 casos de hipertricose foram registrados, segundo autoridades de saúde, que emitiram um alerta sobre os riscos do uso inadequado da substância.

Embora os sintomas melhorem com a interrupção do contato, especialistas reforçam a necessidade de cautela.

O primeiro caso registrado ocorreu em Navarra, no norte da Espanha. Um bebê apresentou crescimento de pelos nas costas e pernas após o pai utilizar o minoxidil.

O caso mais recente foi registrado em abril de 2023, quando um bebê começou a apresentar crescimento de pelos depois de ser cuidado pelo pai, que utilizava minoxidil em forma tópica.

Supõe-se que a criança tenha sido exposta indiretamente ao medicamento por meio do contato com a pele do pai enquanto o produto estava ativo.

Segundo o Centro de Farmacovigilância de Navarra, o contato indireto com o medicamento foi suficiente para desencadear o problema. Quando a exposição ao remédio foi eliminada, o excesso de pelos desapareceu.

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Após este relato inicial, outros 10 casos semelhantes foram identificados em países europeus, com os bebês apresentando os mesmos sintomas.

Em todos os casos, os pais dos afetados utilizavam o medicamento de forma tópica ou oral. Especialistas apontam que o contato ocorreu por meio da pele, boca ou cabelo dos responsáveis.

Embora a condição seja reversível, especialistas alertam para os riscos que o minoxidil pode representar para bebês, incluindo possíveis efeitos prejudiciais ao coração e rins.

Diante do aumento dos casos, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) determinou, em outubro, a inclusão de uma advertência específica nas bulas de medicamentos que contêm minoxidil.

A mensagem orienta os usuários a buscarem ajuda médica caso percebam crescimento excessivo de pelos em crianças expostas – indiretamente – ao remédio.

“Consulte um médico se notar um crescimento excessivo de pelos no corpo do seu filho durante o período em que estiver utilizando medicamentos tópicos de minoxidil”, destaca a nova instrução na bula. A nota também enfatiza que a condição é temporária e os sintomas desaparecem com a suspensão do uso.

Síndrome do Lobisomem - bebês

Fotos: Reprodução/Redes Sociais

O que é a ‘Síndrome de Lobisomem’?

A hipertricose, ou ‘Síndrome de Lobisomem’, é caracterizada pelo crescimento excessivo de pelos em áreas incomuns do corpo.

De acordo com um estudo de 2009, menos de 100 casos da condição foram documentados em reportagens ou pesquisas científicas até hoje.

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A doença pode ser congênita (presente desde o nascimento) ou adquirida ao longo da vida. Apesar de não ser considerada grave, a aparência incomum frequentemente causa traumas emocionais e sociais aos pacientes.

Além do excesso de pelos, a condição pode estar associada a anomalias faciais, como mandíbulas proeminentes ou alterações dentárias, segundo o Centro Nacional para o Avanço das Ciências Translacionais.

Originalmente desenvolvido para tratar hipertensão, o minoxidil tornou-se popular por estimular o crescimento capilar como efeito colateral. Hoje, é amplamente utilizado em tratamentos tópicos e orais para alopecia e para estímulo ao crescimento de barba.

Os especialistas reforçam que o medicamento só deve ser utilizado sob orientação médica e com cuidados para evitar a exposição a crianças, devido aos riscos associados. Seguir as recomendações de uso é essencial para evitar complicações inesperadas.

A hipertricose em bebês é um alerta para a necessidade de mais conscientização sobre o uso responsável de medicamentos. Enquanto isso, autoridades de saúde continuam monitorando novos casos para proteger as famílias de riscos semelhantes.

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Fonte: Crescer