Foto: Reprodução/Corpo de Bombeiros de MG Acidente - MG motorista

Família de vítima se revolta ao saber que motorista estava drogado; acidente matou 39

Arilton Bastos Alves, motorista da carreta envolvida no grave acidente na BR-116, que resultou na morte de 39 pessoas em Teófilo Otoni, Minas Gerais, foi preso nesta terça-feira (21) no Espírito Santo.

A detenção foi decretada após exames toxicológicos comprovarem o uso de cocaína, ecstasy, álcool e outras substâncias no dia da tragédia, ocorrida em 21 de dezembro.

Segundo o juiz Danilo de Mello Ferraz, responsável pelo caso, Alves assumiu deliberadamente o risco ao dirigir sob influência de drogas e com carga acima do permitido, além de exceder a velocidade regulamentar.

“Não há o que se falar em simples descuido, mas em uma deliberada assunção de risco”, afirmou o magistrado em sua decisão.

O exame realizado dois dias após o acidente revelou a presença de substâncias como MDA, alprazolam e venlafaxina, indicando consumo simultâneo de álcool e drogas.

Além disso, o motorista já possuía histórico de infrações. Em julho de 2022, ele foi flagrado dirigindo embriagado, o que resultou na suspensão de sua habilitação.

Outro ponto destacado na decisão judicial foi o excesso de peso transportado pela carreta. Os dois blocos de quartzito carregados somavam mais de 68 toneladas, levando o peso total do veículo a 91,2 toneladas, quase o dobro do permitido pela legislação.

Além disso, registros de velocidade mostraram que a carreta trafegou a até 132 km/h em determinado momento da viagem, sendo que o limite na via era de 80 km/h. No momento da colisão, o veículo estava a 90 km/h.

Acidente em Minas

Foto: Reprodução/Corpo de Bombeiros de MG

Na madrugada de 21 de dezembro, o segundo semirreboque da carreta tombou, lançando um bloco de granito contra um ônibus interestadual que trafegava na direção oposta.

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O coletivo transportava 45 passageiros e seguia de São Paulo para a Bahia. Após o impacto, o ônibus foi consumido pelas chamas.

A hipótese inicial era de que o acidente teria sido causado pelo estouro de um pneu do ônibus, mas testemunhas e peritos negaram a existência de qualquer barulho de explosão.

Peritos concluíram que o excesso de peso, a alta velocidade e a condução sob efeito de drogas foram os principais fatores que contribuíram para o desastre.

A decisão judicial que resultou na prisão de Arilton Alves foi recebida com revolta por familiares das vítimas.

“Como uma pessoa que estava sob efeito de drogas pega o volante e coloca em risco a própria vida e a de tantas outras pessoas?”, questionou Tairini Lopes, cunhada de Weberton da Silva Ribeiro, motorista do ônibus que morreu no acidente.

Tairini relatou que a tragédia trouxe impactos devastadores para a família. “Meu sobrinho, de apenas 9 anos, vive perguntando por que o pai morreu dessa forma. Ele diz que sente saudades e quer o pai de volta. É muito doloroso ver uma criança passando por isso”, desabafou.

O motorista Arilton Bastos Alves havia fugido do local do acidente e se apresentado à polícia dois dias depois, mas foi liberado na ocasião. A prisão preventiva só foi decretada após novas evidências surgirem durante as investigações.

O juiz Danilo Ferraz justificou a detenção com base na soma de fatores, incluindo o uso de drogas, o excesso de velocidade e a negligência quanto ao peso da carga. “O tombamento do reboque e o desprendimento do bloco de granito foram determinantes para o acidente”, concluiu o magistrado.

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A defesa do motorista afirmou, por meio de nota, que a decisão foi recebida com surpresa. “Tomaremos todas as providências jurídicas cabíveis para garantir o direito de defesa e o devido processo legal”, declarou.

O acidente, que mobilizou equipes de resgate e segurança, deixou 39 mortos e 9 feridos. Entre as vítimas fatais, estavam passageiros de São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Paraíba.

A tragédia também expôs problemas relacionados ao transporte de cargas no Brasil, como o não cumprimento de limites de peso e o consumo de substâncias por condutores, aumentando os riscos nas rodovias.

A investigação segue em curso, e as autoridades trabalham para concluir o inquérito e responsabilizar os envolvidos pela tragédia.

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Fonte: G1

Sou jornalista, mas nas horas vagas gosto de fingir que sou influenciador digital. Me segue no insta! @meunomenaoedolfo

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