Matheus Soliman, cantor sertanejo de 22 anos, e o amigo Fábio de Souza, de idade não revelada, foram encontrados com vida, na última quarta-feira (28), após ficarem desaparecidos desde o dia 4 de outubro. Eles sofreram um acidente de avião nas proximidades de Colniza, cidade no Mato Grosso que fica a cerca de mil quilômetros da capital, Cuiabá.
Conforme revelado pelo site ‘G1‘, os dois faziam um voo entre São Luís (MA) e Machadinho do Oeste (RO) quando a aeronave desapareceu do radar. Eles passavam pela região de Colniza, onde o avião caiu devido a uma pane.
O próprio Matheus Soliman estava pilotando o avião. De acordo com o site ‘Uol‘, o cantor sertanejo estava em São Luís para fazer um curso de pilotagem e após uma semana de treino, ele e Fábio, que também estudava neste mesmo curso, fizeram um voo teste.
Quando o avião teve uma pane, Matheus conseguiu fazer um pouso forçado. “Eu sou piloto em formação, conheço bem avião e, como estava me saindo bem nas aulas, eles pediram para fazer uma viagem-teste. Tanto é que consegui lidar com a pane e fiz um pouso forçado. Assim que conseguimos sair da aeronave, ela pegou fogo. Eu e meu companheiro estarmos vivos é um milagre”, afirmou Soliman, ao ‘Uol’.
Com apenas uma mochila que trazia algumas garrafas d’água, Matheus e Fábio percorreram a mata onde o avião havia caído em busca de ajuda.
“Nos primeiros dias, a gente encontrou um rio. Ficamos caminhando às suas margens, mas uns sete dias depois, a gente entrou na mata e nos perdemos, aí acabamos ficando sem água. Quando chovia, usávamos folhas como recipiente para conseguir pegar a água da chuva e beber; outros dias, encontramos poças de água da chuva e tomamos daquela água mesmo. Tentávamos fazer um filtro com a camiseta para beber essa água, para não vir a terra e a sujeira para a garganta”, disse.
Matheus Soliman revelou que tanto ele quanto o amigo pensaram em desistir e em cometer suicídio por muitas vezes, mas ambos encontraram forças e seguiram adiante. Mais de 20 dias depois, a dupla conseguiu ajuda em uma fazenda. Além de abrigo e comida – eles estavam desnutridos, mas não feridos -, os dois puderam fazer contato com os familiares.
“Liguei por chamada de vídeo para a minha mãe. Por duas vezes ela não atendeu, só na terceira ela aceitou a chamada. Quando ela me viu, ela só conseguiu gritar ‘meu filho’ e já começou a chorar. Eu comecei a chorar do outro lado da linha e foi só choro. Na hora, minha esposa estava ao lado da minha mãe e pude conhecer a minha filhinha”, concluiu.
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