Foto: Reprodução/Record TV Érika - sobrinha Tio Paulo

‘Sobrinha’ está sendo investigada pelo homicídio de tio Paulo

A mulher que levou o idoso ‘Tio Paulo’ morto a uma agência bancária em busca de um empréstimo vai ser investigada também por homicídio culposo – quando alguém contribui para a morte, porém, sem a intenção de matar – além de vilipêndio a cadáver e tentativa de furto mediante fraude.

O caso aconteceu no dia 16 de abril, em Bangu, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro.

O caso estava sendo apurado inicialmente como vilipêndio de cadáver e tentativa de furto mediante fraude, mas a 34ª Delegacia Policial (DP) desmembrou a investigação.

O delegado Fabio Souza entendeu que, como cuidadora do idoso, a sobrinha, ao ver que ele não estava bem, deveria ter levado o tio ao hospital e não a uma agência bancária.

As informações foram confirmadas com a Polícia Civil pela Agência Brasil. Agentes fazem ainda diligências para a apurar a responsabilidade da sobrinha.

O caso ganhou notoriedade internacional depois que imagens de Erika e o tio Paulo dentro do banco circularam nas redes sociais. É possível ver que ele está pálido, sem reações e firmeza.

Em determinado momento, a sobrinha pega na mão do tio e sugere que ele assine um documento. Ela também insiste em tentar diálogo com Paulo.

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A polícia já obteve acesso também a imagens que mostram o trajeto até a chegada ao banco, além de ter ouvido o motorista do carro de aplicativo que transportou sobrinha e tio Paulo.

Érika - cadáver - banco motorista

Fotos: Reprodução/Redes Sociais

A advogada Ana Carla de Souza Corrêa, representante de Érika Souza, disse à Agência Brasil que recebeu a notícia de forma surpresa, entristecida e indignada.

Ela acrescentou que a capitulação de homicídio culposo foi aceita pelo Ministério Público e o órgão fez a denúncia à Justiça.

A advogada afirmou que, em momento oportuno, após parecer da juíza do caso, se manifestará e refutará a capitulação de homicídio culposo.

A defesa de Érika espera ainda por uma apreciação da Justiça em relação a um pedido de conversão da prisão em domiciliar.

Um dos motivos é que Érika tem uma filha de 14 anos com deficiência e precisa de cuidados da mãe. Há também um pedido de habeas corpus para que a cliente responda ao processo em liberdade.

“Não somente porque é [ré] primária, tem bons antecedentes e residência fixa, assim como, em nenhum momento, ela se tornaria risco para futura aplicação penal se respondesse ao processo em liberdade. Ou seja, ela tem todos os requisitos legais para responder ao processo liberdade“, argumenta a advogada.

“Acreditamos na expectativa de que a senhora Érika tenha o seu direito constitucional garantido, completa.

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A defesa tem argumentado também que Érika sofre de depressão e não teria percebido que o tio teria morrido no trajeto para o banco.

A advogada informou que mais dois profissionais foram incluídos na equipe de defesa, o psiquiatra forense Hewdy Lobo e a psicóloga Elise Trindade.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que a 1ª Promotoria de Justiça junto à 1ª e à 2ª Varas Criminais de Bangu analisa o caso para a “correta formação da opinio delicti (opinião a respeito de delito), oferecimento de denúncia e manifestação quanto ao pedido de liberdade, o que será feito em perfeita obediência ao prazo estabelecido em lei”.

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