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Mulher que levou cadáver para banco se livrou de ação e até ganha pensão

O caso do ‘tio Paulo’ é o assunto do momento não apenas no Brasil, mas também em todo o mundo. Uma mulher que também levou o cadáver sem vida do marido a uma agência bancária para sacar dinheiro, foi liberada de todas as acusações e ainda conseguiu o direito a uma pensão.

O caso bizarro ocorreu em outubro de 2020, em Campinas, interior de São Paulo.

Josefa de Souza Mathias, agora com 61 anos, enfrentou acusações depois de ter sido vista transportando Laércio Della Colleta, um policial civil aposentado de 92 anos, até uma agência do Banco do Brasil.

Laércio, que já estava falecido, foi levado em uma cadeira de rodas, preso por um lençol à cintura.

Segundo Josefa, o objetivo era realizar a prova de vida necessária para acessar a conta bancária do companheiro, após perder a senha.

No entanto, a segurança do banco suspeitou da situação e acionou o Corpo de Bombeiros, que constatou a morte de Laércio, ocorrida cerca de 12 horas antes de sua chegada ao banco.

Apesar do cenário suspeito e das acusações de estelionato e vilipêndio a cadáver, a promotora Daniela Merino, do Ministério Público de São Paulo, optou pelo arquivamento do caso em janeiro de 2021.

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Ela justificou que a morte de Laércio foi natural e que, sem uma procuração, Josefa não poderia ter acessado os fundos da conta.

“Trata-se, então, de crime de furto mediante fraude cuja consumação, da forma como pretendia a investigada, se mostra impossível”, declarou Merino.

Além disso, como Laércio não possuía herdeiros e Josefa era sua companheira com uma união estável reconhecida, ela foi considerada beneficiária legal dos recursos na conta do aposentado.

A promotora também descartou a acusação de vilipêndio, mencionando que, “apesar de reprovável”, o transporte do corpo por Josefa “não caracteriza crime”. “O cadáver foi transportado, mas nenhum outro ato de ultraje foi praticado”.

Com o arquivamento, Josefa não apenas se livrou das acusações mas também assegurou uma pensão por morte de R$ 5,8 mil mensais, além de um valor retroativo de R$ 191 mil.

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Fotos: Reprodução/Redes Sociais

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