Foto: Divulgação Adriana - boxeadora medalha

Atleta vende Medalha Olímpica para abrir restaurante (mas se arrepende)

A pioneira do boxe feminino brasileiro, Adriana Araújo, primeira mulher a conquistar uma medalha olímpica no esporte, tomou uma decisão surpreendente: vendeu sua medalha de bronze dos Jogos de Londres 2012.

A decisão da medalhista olímpica foi leiloar o prêmio com o intuito de abrir um restaurante em Salvador (BA). Ela havia decidido abandonar completamente a vida no esporte para se dedicar ao novo negócio.

Porém, Adriana reavaliou os planos e agora pretende abrir uma academia de boxe, permanecendo ativa no esporte que tanto ama.

“Por mais que seja só um símbolo, quando eu realmente vi [a medalha] saindo da minha mão, tive um sentimento que até eu mesma não sabia. Eu achava que não ia sentir, mas senti”, revelou Adriana à ‘Folha de S. Paulo’.

Apesar do desapego, ela mantém o orgulho de sua conquista.

“Eu continuo tendo isso [a conquista] comigo, o marco que eu fiz pro esporte brasileiro está gravado na história, e não vai ser a medalha olímpica que vai tirar. A vida continua, e vamos fazer novas histórias, novas coisas, agora de outra forma”.

Adriana Araújo se tornou um ícone do boxe brasileiro após conquistar o bronze em Londres na categoria até 60 kg.

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No entanto, sua trajetória nas Olimpíadas subsequentes não foi tão brilhante, sendo eliminada na primeira luta no Rio-2016 e não competindo em Tóquio-2020.

Em 2022, enfrentando dificuldades financeiras e a falta de estrutura para treinar, ela anunciou sua aposentadoria dos ringues para abrir um restaurante em seu bairro natal, Brotas, em Salvador.

Em abril passado, Adriana divulgou que leiloaria sua medalha para financiar o restaurante. A venda foi concretizada, mas a boxeadora não revelou a identidade do comprador nem o valor exato, embora especulações apontem para cerca de R$ 150 mil.

“É… deixa quieto. Vocês [jornalistas] são muito curiosos”, comentou com um sorriso.

Independentemente do destino do dinheiro, Adriana ressalta a importância do montante em sua vida.

“Sem sombra de dúvida, né. O dinheiro sempre é bem-vindo, se a gente está com dificuldade ou não, é sempre bom ter uma garantia em nossas mãos. Mas com certeza veio sim em melhor hora para mim”. 

Adriana - boxe

Foto: Divulgação

Apesar da venda, Adriana decidiu que o ramo de restaurantes não era o caminho certo.

“A parte de empreendimento de restaurante é bastante complexa. Eu não tenho nenhum conhecimento na área, a não ser apenas saber fazer uma comidinha. Então não vou pegar um valor alto, fazer um investimento, para em meses não ter um retorno”. 

Oportunamente, Adriana foi abordada pela empresa de apostas Superbet Brasil, que ofereceu patrocínio para um empreendimento de boxe em São Paulo. A atleta optou por continuar na área do esporte e abrirá um centro de luta ou estúdio com seu nome, Adriana Araújo.

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Preferi ficar na minha própria área, dar continuidade, agora como empreendedora, e abrir um centro de luta, ou então um estúdio, o Adriana Araújo. Estou indo praí em agosto”. 

Aos 42 anos, Adriana também adiou sua aposentadoria dos ringues. Em abril, lutou no Canadá contra Melinda Watpool, perdendo por pontos em uma decisão que considerou injusta. Ela continua treinando e planeja lutar pelo menos mais duas vezes este ano.

Enquanto isso, Adriana torce por seus colegas brasileiros nos Jogos de Paris. Ela tem uma ligação especial com Bia Ferreira, atual campeã mundial profissional e esperança de medalha para o Brasil.

“Bia é fora da curva, uma menina bastante determinada, que dispensa comentários. Com certeza vai ser campeã olímpica, abrindo novas portas também para outras”. 

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Fonte: Folha de S. Paulo