Uma nova imagem dos astronautas norte-americanos Sunita Williams e Barry Wilmore, confinados na Estação Espacial Internacional (ISS) há 153 dias, levantou preocupações sobre o impacto físico de estadias prolongadas no espaço.
Os dois estão em órbita desde 6 de junho, após um problema técnico na cápsula Boeing Starliner, que impediu seu retorno à Terra. Os astronautas norte-americanos deveriam passar cerca de oito dias no espaço, mas devido ao problema técnico, não há previsão de saírem de lá antes de fevereiro de 2024!
Ou seja, eles já estão há 5 meses no espaço e ainda devem ficar mais 4 meses por lá, totalizando 9 meses na Estação Espacial Internacional!
A imagem divulgada pela Nasa retrata Williams e Wilmore durante uma refeição, com sorrisos que mascaram sinais visíveis de desgaste. Sunita Williams aparenta cansaço, enquanto Barry Wilmore parece consideravelmente mais magro.
A refeição improvisada inclui pizza de pepperoni, ketchup, mostarda e nozes – alimentos de alta caloria, mas que, segundo especialistas, não substituem uma dieta balanceada.
Para o Dr. Vinay Gupta, que comentou o caso ao ‘Daily Mail’, os sinais de cansaço e perda de peso dos astronautas refletem as condições adversas de uma missão tão longa.
“O que você está vendo ali na foto é alguém que eu acho que está passando pelo estresse natural de viver em uma altitude muito alta, mesmo em uma cabine pressurizada, por longos períodos”, afirmou Gupta, apontando o déficit calórico significativo como um dos fatores da perda de peso.
O médico explicou que, em ambiente de microgravidade, o corpo humano exige mais calorias devido às baixas temperaturas e ao esforço físico extra necessário para realizar tarefas diárias. “Eles estão ingerindo alimentos muito calóricos, como você pode ver — frios e, você sabe, outras carnes, as proteínas, mas frios ricos em gordura — não é necessariamente uma dieta balanceada“, completou Gupta.
Além da magreza, a atrofia muscular é uma preocupação constante para astronautas em missões prolongadas. A falta de gravidade compromete o tônus muscular e a saúde óssea, exigindo exercícios diários intensos para minimizar os efeitos. Mesmo assim, a perda muscular e óssea é praticamente inevitável, o que agrava o desafio de retornar ao planeta em boas condições de saúde física.
A preocupação com a saúde de Williams e Wilmore lembra a trama do filme ‘Interestelar’, lançado há uma década, que abordou de maneira científica o impacto do espaço nos corpos humanos. A realidade, entretanto, parece ainda mais desafiadora do que a ficção.
Astronautas em missões longas enfrentam não apenas o isolamento, mas uma série de desafios físicos que os cientistas continuam a estudar. A imagem recente dos astronautas é um alerta sobre as exigências dessas missões, que podem ser decisivas para o sucesso de futuras explorações espaciais de longa duração.
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