Maurício Kubrusly, ex-repórter do ‘Fantástico’, foi registrado pela esposa, Beatriz Goulart, em um momento emocionante.
Sentado em uma cadeira de praia e enrolado em uma manta, o jornalista assistiu ao documentário que retrata sua trajetória de vida e os desafios impostos pela Demência Frontotemporal (DFT).
O momento aconteceu durante a Mostra de Cinema de Gostoso, no Rio Grande do Norte, na última sexta-feira (22).
O documentário, que será lançado no GloboPlay, reúne reportagens históricas e detalhes pessoais da vida do jornalista, mostrando como ele enfrenta o avanço da doença.
Atualmente, Kubrusly vive com Beatriz em Serra Grande, no litoral sul da Bahia. “Ele se lembra de pouco, mas o documentário trouxe surpresas ao reviver momentos de sua própria história”, comentou a esposa.
Beatriz revelou que durante a exibição, Kubrusly reagiu com afeto. “Ele gostou de se ver na tela e me abraçou forte em vários momentos”, contou.
Apesar das limitações impostas pela doença, ele ainda reconhece a esposa e guarda trechos da música ‘Esotérico‘, de Gilberto Gil, cujo verso inspirou o título do documentário: ‘Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí’.
“A evolução da demência tem altos e baixos, mas ele já esteve pior. A consciência que tem de si mesmo ainda é iluminada”, afirmou Beatriz ao jornal ‘O Globo’ após o evento.
Diagnóstico tardio e mudanças na vida de Maurício Kubrusly
Os primeiros sinais da demência surgiram em 2016, sendo inicialmente confundidos com Alzheimer. O diagnóstico correto de DFT foi confirmado há dois anos. A rotina do casal mudou drasticamente.
Em Serra Grande, Kubrusly vive uma vida tranquila, marcada por caminhadas matinais na Praia do Sargi e encontros casuais com amigos.
Moradores da região reconhecem o jornalista, mesmo que nem todos soubessem inicialmente quem ele era. “Estamos em um lugar pequeno e tranquilo. As pessoas cuidam dele quando está na rua”, disse o cabeleireiro que atende Kubrusly.
A mudança para a Bahia foi motivada pela deterioração da qualidade de vida no Centro de São Paulo, onde o casal vivia.
Segundo Beatriz, Kubrusly ficava impactado ao ver moradores em situação de rua e tinha o hábito de distribuir comida a eles. No início, ele resistiu à mudança, mas acabou se adaptando.
“No começo, ele dizia que aqui era um fim de mundo. Depois, passeando por bairros mais populares, começou a gostar. Hoje, ele já desligou de saber onde está”, explicou Beatriz.
O documentário ‘Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí’ não apenas revisita a carreira brilhante do jornalista, mas também aborda com sensibilidade a convivência com a demência. Durante a exibição, Kubrusly foi aplaudido de pé pelo público.
“A gente não sabe falar sobre demência ou sobre a morte. Mas acredito que histórias como essa nos ajudam a refletir e a criar novas formas de lidar com esses temas”, disse Beatriz.
A obra estará disponível no GloboPlay a partir do dia 4 de dezembro, marcando um tributo à trajetória e ao legado de um dos jornalistas mais carismáticos do Brasil.
Vida de Maurício Kubrusly, famoso repórter diagnosticado com demência, vira documentário
Fonte: Extra
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