Uma divergência em depoimentos foi um dos fatores que levaram à prisão de Maicol Antonio Sales dos Santos, suspeito de envolvimento na morte brutal de Vitória Regina Souza, de 17 anos, em Cajamar (SP).
A polícia investiga as circunstâncias do crime, que chocou a cidade e todo o Brasil.
Maicol afirmou à polícia que, na noite de 26 de fevereiro, quando Vitória desapareceu, estava em casa com a esposa.
No entanto, a companheira dele apresentou uma versão diferente: disse que passou a noite na casa da mãe e que manteve contato com o marido apenas por mensagens.
Além disso, Maicol é dono de um veículo Corolla, que foi visto próximo ao local onde Vitória desapareceu. Moradores da região relataram que perceberam uma “movimentação incomum” na casa do suspeito naquela noite.
Uma testemunha afirmou que ele entrava e saía da garagem e teria comentado com amigos que seu carro “ficou bom”.
Diante dessas evidências, a juíza Juliana Junqueira decretou a prisão temporária do suspeito. “Não há um único caminho investigativo que não aponte o envolvimento de Maicol com os fatos investigados”, destacou a magistrada em sua decisão.
A Justiça também considerou a possibilidade de interferência nas investigações ao determinar a prisão. Segundo o processo, Maicol teria pedido que publicassem em redes sociais que seu envolvimento no caso era “fake news”.
Para a juíza, essa atitude indica uma tentativa de obstrução, podendo influenciar depoimentos de testemunhas.
A Polícia Civil também encontrou vestígios de sangue no carro de Maicol. Os vestígios foram identificados no tapete do veículo, um Toyota Corolla, por meio do uso de luminol, substância que revela a presença de fluidos biológicos.
A amostra foi recolhida e será submetida a exame de DNA para verificar se pertence à vítima.
Se a perícia confirmar que o sangue é de Vitória, a investigação terá uma prova crucial para o caso, podendo ligar diretamente Maicol ao crime.
Após ser detido, Maicol passou por audiência de custódia e realizou exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Franco da Rocha (SP). Ele foi transferido para Cajamar, onde ficará detido temporariamente.
A Polícia Civil também solicitou a prisão de outro suspeito, Daniel Lucas Pereira – que seria o atual namorado de Gabriel, ex-namorado de Vitória – mas o pedido foi negado pela Justiça. No entanto, foi autorizada a busca e apreensão nas residências dos dois investigados.

Fotos: Reprodução/Redes Sociais
Caso Vitória
Imagens de câmeras de segurança mostram Vitória deixando o trabalho (em um restaurante em um Shopping) e seguindo para o ponto de ônibus na noite de 26 de fevereiro. No trajeto, trocou mensagens com uma amiga, inicialmente demonstrando tranquilidade.
No entanto, ao embarcar em um segundo ônibus, passou a desconfiar de dois homens. Preocupada, enviou outra mensagem relatando que temia estar sendo seguida.
Segundo a investigação, Vitória desceu do ônibus, enquanto um dos homens permaneceu no veículo e o outro desceu.
Esse último suspeito seguiu a jovem até um ponto de ônibus próximo de sua casa. Momentos depois, um Corolla foi flagrado na região.
Vitória também mencionou à amiga que dois homens em um Yaris estavam “mexendo” com ela antes do desaparecimento.
Outro nome que entrou na investigação foi o de Gustavo Vinícius Moraes, ex-namorado da vítima. A polícia já confirmou que ele estava próximo ao local do crime no momento em que Vitória desapareceu. Além disso, ignorou uma mensagem da jovem pedindo carona naquela noite.
Normalmente, Vitória voltava para casa com o pai, mas, naquele dia, o carro da família estava na oficina, o que a fez seguir a pé.
Gustavo, ao prestar depoimento, afirmou que não viu a mensagem porque estava em um encontro com uma menor de idade e só acessou o WhatsApp por volta das 4h da manhã.
No entanto, os investigadores descobriram que ele visualizou as mensagens antes, mas respondeu apenas com um “ok” quando a família perguntou sobre Vitória.
Crime brutal e possível ligação com facção criminosa
O corpo de Vitória foi encontrado na quarta-feira (5), em uma área rural de Cajamar, no bairro Ponunduva. A vítima estava degolada, com marcas de facadas no rosto e sinais de tortura.
Um detalhe chamou a atenção da polícia: a jovem estava com a cabeça raspada, o que pode indicar uma execução ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo o delegado Aldo Galiano, essa prática pode ser um “ritual de punição” adotado pela facção.
Outro fator que reforça essa linha de investigação é que, há quatro meses, um integrante do PCC foi preso na mesma região onde o corpo foi localizado.
A Secretaria de Segurança Pública informou que os policiais encontraram um local onde Vitória pode ter sido mantida antes do crime. O espaço foi periciado e objetos foram apreendidos, mas os detalhes ainda não foram divulgados.
As investigações continuam para esclarecer a motivação do crime e identificar todos os envolvidos no assassinato da jovem Vitória Regina Souza.

Fotos: Reprodução/Redes Sociais
Vitória foi morta com 3 facadas e corpo tinha sinais de tortura
A adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, foi encontrada morta na última quarta-feira (5), em uma área de mata de Cajamar (SP).
Segundo peritos da Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC), a jovem apresentava três facadas e sinais de tortura.
O corpo estava nu, com cortes no tórax, pescoço e rosto, além da cabeça raspada. A arma do crime não foi localizada. A Polícia Civil trabalha com as hipóteses de ciúmes ou vingança como possíveis motivações para o assassinato.
“A motivação é um segundo momento. O primeiro momento é colheita das provas, passando por isso, colocando as pessoas na cena do crime, mostrando que realmente são essas pessoas… aí nós vamos em busca da motivação: o que ocasionou essa morte tão violenta?”, afirmou o delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor da Polícia Civil da Grande São Paulo, ao programa ‘Fantástico’, da TV Globo.
A polícia identificou três suspeitos de envolvimento no crime. Maicol Antônio Sales dos Santos foi o único preso até o momento.
De acordo com os investigadores, duas testemunhas relataram sua possível participação no caso.
A primeira testemunha afirmou ter visto o carro de Maicol próximo ao ponto de ônibus onde Vitória foi vista pela última vez.
O veículo, um Corolla, foi apreendido, e peritos encontraram um fio de cabelo dentro dele, que passará por exame de DNA para verificar se pertence à vítima.
Outra testemunha relatou uma movimentação suspeita na casa de Maicol na madrugada do dia 27 de fevereiro, quando Vitória desapareceu.
Ele mora a cerca de 2 km da residência da jovem, e o corpo foi encontrado a aproximadamente 5 km da casa dele.
A polícia pediu a prisão temporária dos três suspeitos, mas a Justiça autorizou apenas a detenção de Maicol, que foi preso no último sábado (8).
A Justiça negou os pedidos de prisão dos outros dois suspeitos, que também moram em Cajamar.
Um deles é ex-namorado da vítima. Segundo a investigação, ele mentiu ao afirmar que não falava com Vitória há quatro meses.
Registros telefônicos mostram que a jovem ligou para ele na noite do desaparecimento. Além disso, a geolocalização do celular indica que ele estava perto da casa dela no momento do sumiço.
“Ele não mora ali perto. Então era fácil de detectar que justamente naquele momento ele estaria ali?”, questionou o delegado Luiz Carlos.
O terceiro investigado teve o celular apreendido. A polícia recebeu informações de que ele teria filmado o ponto de ônibus onde Vitória costumava descer antes de ir para casa. O conteúdo do aparelho está sendo analisado pela perícia.
Os três suspeitos negaram envolvimento no crime durante depoimentos. A defesa de Maicol informou que só irá se manifestar em momento oportuno.

Fotos: Reprodução/Redes Sociais
Câmeras de segurança registraram Vitória deixando o shopping onde trabalhava e seguindo até o ponto de ônibus.
Durante o trajeto, a jovem enviou áudios e mensagens para uma amiga, dizendo estar assustada com dois homens em um carro que teriam mexido com ela. Mais tarde, outros dois rapazes embarcaram no mesmo ônibus que ela.
Testemunhas afirmam que Vitória desceu sozinha no ponto final. Depois disso, não foi mais vista com vida.
O corpo da adolescente foi velado no ginásio municipal de Cajamar e enterrado na última quinta-feira (6) sob forte comoção. As investigações continuam para esclarecer o crime e prender todos os envolvidos.
Os investigadores seguem apurando a real motivação do crime. Até o momento, a principal hipótese levantada é vingança, mas detalhes sobre essa possível motivação não foram divulgados.
O advogado de Maicol, em entrevista à ‘CNN’, afirmou que seu cliente está cooperando com as autoridades e que há “elementos seguros” para sua soltura.
A Polícia Civil segue analisando as evidências e tentando esclarecer quem são os responsáveis pelo crime e o que levou ao assassinato brutal da jovem de 17 anos.
Caso Vitória: assassino foragido seria atual namorado do ex-namorado da jovem
Patrícia Poeta é acusada de sensacionalismo após polêmica com Caso Vitória
Fonte: Uol
#COMENTE