O diretor Dan Reed ganhou, recentemente, uma visibilidade que jamais imaginou. Ele é o responsável por ‘Leaving Neverland’, o polêmico documentário que reacende denúncias de pedofilia contra o cantor Michael Jackson e está dando o que falar em todo o mundo.
No filme, duas supostas vítimas do músico, Wade Robson e James Safechuck, relatam abusos físicos e emocionais que teriam sofrido nas mãos de Michael Jackson.
Desde o lançamento do documentário, muita gente não acredita nas acusações, incluindo fãs e familiares do cantor. O diretor deu uma entrevista ao jornal ‘El Pais’, onde falou sobre os ataques que recebe dos negacionistas.
“Acabo de chegar da França, onde fui a um debate televisionado, e tinha um homem, que é pai, defendendo aos gritos a inocência de Jackson. Perguntei se ele deixaria seu filho dormir com Jackson. E tive de fazer isso várias vezes, porque me respondia com evasivas. No fim, disse que não”, relatou ele. “Essa gente vive em uma Neverland [Terra do Nunca] própria, muito estranha”, continua.
“As culturas são diferentes e respondem de maneira diferente à ideia de uma figura de autoridade que abusa da confiança que conquistou entre alguns pais. Os países católicos têm suas histórias da Igreja e dos padres, e aí é mais difícil acreditarem que Michael Jackson tenha feito algo errado. Nos Estados Unidos existe o #MeToo e se escutam mais as vítimas”, respondeu ele quando foi questionado sobre o que mais surpreendeu a ele com tamanha repercussão negativa.
Sobre os defensores de Michael Jackson, ele afirma: “Não entendo o que os move. Sua identificação com Michael Jackson é total; eles veem tudo que se diz sobre ele como uma acusação pessoal. Enquanto isso, os herdeiros de Jackson não param de espalhar informações descontextualizadas ou manipuladoras. Querem desarmar as acusações do documentário e armar aos fundamentalistas. E olha que o filme não os contradiz, porque não fala das estupidezes que dizem”.
Sobre as acusações, Dan Reed é veemente ao afirmar que acredita piamente nelas. “Não tenho dúvida de que eles dizem a verdade. Minha equipe e eu verificamos cada informação minuciosamente. Tudo se encaixava. No fim das contas, algo que me salva é que o documentário não é sobre Jackson, mas sobre as famílias que ele seduziu”, disse.
“Se pretendessem me contar uma série de mentiras para levar a julgamento os herdeiros de Jackson, não precisariam entrar em detalhes tão específicos, em sentimentos tão complexos e contraditórios”, continua.
“No caso de Michael Jackson, não entendo por que não se dá mais importância a uma coisa: ninguém nega que dormisse com meninos, provavelmente uma dúzia deles. No entanto, ninguém fez nada. Ele era sexualmente ativo. Sua música não é assexual. No entanto, o fato de que dormisse cada noite de sua vida adulta com menores, a portas fechadas e com o alarme ativado para que ninguém entrasse, era aceito como algo normal. Dá para questionar a sanidade das pessoas que o rodeavam”, finaliza o diretor.
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