A estudante de veterinária Carolina Arruda, de 28 anos, que ganhou notoriedade nas redes sociais ao relatar sua batalha diária contra a neuralgia do trigêmeo (conhecida como “a pior dor do mundo”), anunciou um novo diagnóstico.
Após anos em busca de respostas, a jovem descobriu que também possui espondiloartrite axial (EpA), uma inflamação crônica que afeta coluna, caixa torácica e articulações.
“Finalmente, chegamos ao diagnóstico de espondiloartrite axial. Essa doença explica todas as dores nas articulações que sinto e a limitação dos meus movimentos. Há anos eu buscava essa resposta, pois fui perdendo mobilidade ao longo do tempo. Agora, finalmente, posso começar o tratamento com imunobiológico”, declarou Carolina.
A espondiloartrite axial é uma condição inflamatória de origem autoimune, cujas causas ainda não são totalmente conhecidas.
Especialistas acreditam que fatores genéticos, imunológicos e ambientais estejam envolvidos no desenvolvimento da enfermidade. A doença pode levar à rigidez progressiva das articulações, afetando a qualidade de vida do paciente.
Com o diagnóstico, Carolina dará início ao tratamento com medicamentos imunobiológicos, que podem reduzir inflamações e amenizar sintomas. Apesar disso, ela afirma que não conseguirá recuperar os movimentos já perdidos.
“Segundo minha reumatologista, o remédio vai ajudar nas dores nas articulações e na fadiga intensa, mas não há como reverter as limitações que já adquiri”, explica.
A jovem, que utiliza cadeira de rodas, relata que a condição afeta diversas partes de seu corpo.
“Tenho uma degeneração na articulação do quadril, que além de danificada, também está inflamada. Minha perna abre sozinha quando tento andar. Além disso, todos os meus músculos são afetados pela fadiga, eu me canso rapidamente e minha perna treme muito. É muito difícil caminhar”.
Eutanásia volta a ser cogitada: “exausta”
Antes de receber o novo diagnóstico, Carolina fez um desabafo nas redes sociais, revelando que voltou a considerar a possibilidade de recorrer à eutanásia na Suíça, onde o procedimento é permitido por lei. No Brasil, a prática é ilegal.
“Eu havia deixado essa ideia de lado até tentar todas as opções de tratamento que pudessem me ajudar a viver sem dor. Mas depois de seis cirurgias e inúmeros tratamentos, a dor continua e está cada vez mais forte. Passei pelos piores dias da minha vida recentemente, e isso me fez reconsiderar essa possibilidade“, afirmou.
A estudante de veterinária Carolina Arruda, de 28 anos, conhecida nas redes sociais por relatar sua rotina com a neuralgia do trigêmeo, afirmou que voltou a considerar a eutanásia após uma piora significativa nos últimos meses.
A condição, descrita por especialistas como a “pior dor do mundo”, afeta gravemente sua qualidade de vida e tem se intensificado desde dezembro.
Em um vídeo publicado nesta semana, Carolina revelou que está reunindo documentos e laudos médicos caso opte pelo procedimento futuramente.
O suicídio assistido é proibido no Brasil, mas é permitido em países como a Suíça. Segundo ela, o processo pode levar anos e exige planejamento antecipado.
“É uma decisão muito difícil, que engloba muita coisa e que eu quero tomar quando tiver certeza de que vai ser a única saída”, explicou.
A jovem passou por uma cirurgia há seis meses, mas não obteve os resultados esperados.
“Passei a reconsiderar a eutanásia porque, mesmo após a cirurgia, minha dor não teve uma redução significativa. Houve apenas uma melhora de 25%, mas não foi suficiente. No último mês, minha dor piorou bastante, e isso me fez reconsiderar essa opção”, afirmou.

Fotos: Reprodução/Redes Sociais
Novo diagnóstico além da “pior dor do mundo”
Além da neuralgia do trigêmeo, Carolina foi diagnosticada recentemente com espondiloartrite axial (EpA), uma doença autoimune que provoca inflamação na coluna, tornozelos, calcanhares e joelhos. O quadro pode levar à dor crônica e comprometer a mobilidade ao longo do tempo.
Médicos já suspeitavam que ela pudesse ter uma doença autoimune, mas o diagnóstico só veio após oito anos de busca por respostas. A progressão da doença nos últimos meses agravou ainda mais seus sintomas.
“Tenho muita dor no corpo e nas articulações. Com o tempo, fui perdendo os movimentos e desenvolvi uma degeneração na articulação do quadril”, contou Carolina, que começou a usar cadeira de rodas há dois meses.
A estudante também explicou que a fadiga extrema gerada pela doença pode agravar suas crises de dor. “O ideal é eu não estar tão exausta, para evitar que venham as crises por consequência do cansaço extremo”, disse.
Especialistas alertam que um diagnóstico precoce da espondiloartrite axial é essencial para evitar lesões mais graves, especialmente aquelas que comprometem a mobilidade.
O tratamento envolve medicamentos imunobiológicos, que ajudam a controlar a inflamação e minimizar os impactos da doença.
Apesar da gravidade do quadro, Carolina segue buscando alternativas para aliviar a dor e melhorar sua qualidade de vida.
Enquanto isso, continua compartilhando sua rotina com milhares de seguidores nas redes sociais, onde recebe apoio e troca experiências com outras pessoas que enfrentam desafios semelhantes.

Fotos: Reprodução/Redes Sociais
Na última sexta-feira (9), Carolina passou por mais uma internação devido a uma crise intensa de dor. No hospital de Alfenas (MG), onde realiza o tratamento, recebeu uma recarga na bomba de morfina e uma infusão de lidocaína e cetamina para alívio temporário da dor.
Após permanecer em observação durante a noite, recebeu alta no dia seguinte e retornou para sua casa, em Bambuí, no Centro-Oeste de Minas Gerais.
Mesmo com o início do novo tratamento, a estudante destaca que suas crises de dor continuarão, pois “a pior dor do mundo” (neuralgia do trigêmeo) segue sem cura.
“O imunobiológico ajudará na dor do corpo e nas articulações, mas não na neuralgia do trigêmeo. O tratamento dessa condição é outro”, declarou ela.
“Minha esperança agora é conseguir, pelo menos, andar até a cozinha e o banheiro sem me cansar tanto, porque até esses pequenos trajetos são extremamente exaustivos para mim”, finaliza.
Veja a postagem de Carolina Arruda nas redes sociais após o diagnóstico:
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Jovem ainda não descarta eutanásia, mas lamenta: ‘querem me ver fazendo’
Fonte: Instagram
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