O homem suspeito de divulgar as fotos do corpo de Marília Mendonça morta, assim como de outros artistas que também faleceram vítimas de acidentes, como Cristiano Araújo e Gabriel Diniz, foi preso nesta segunda-feira (17) em Santa Maria, no Distrito Federal.
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O serralheiro Fellipe Alves, de 22 anos, usou as redes sociais pra espalhar as imagens de artistas tão amados do público, durante exame realizado para concluir a causa da morte deles nas redes sociais.
As fotos foram obtidas ilegalmente e espalhadas indiscriminadamente pela internet. Agentes da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) prendeu o suspeito durante uma operação para combater crimes na web.
Essa prisão faz parte da Operação Fenrir (um lobo monstruoso da mitologia nórdica), que tem como objetivo identificar quem administra perfis em redes sociais que divulgam e compartilham imagens e vídeos dos corpos dos artistas feitos pro laudo pericial no Instituto de Medicina Legal (IML).
Durante a prisão, Fellipe ainda apresentou um documento falso aos agentes da polícia: o CPF de uma terceira pessoa. Com isso, além do vilipêndio a cadáver, ele será acusado por documento falso e crimes de discriminação e preconceito.
Aparentemente, segundo o advogado da família de Marília Mendonça, ele não foi o responsável pelo vazamento das imagens. “Pelo que eu fui informado, ele não é o que acessou inicialmente, ele retransmitiu, como as pessoas estão fazendo”, disse Robson Cunha.
“O crime não é somente daquele que captou as imagens, que é sigiloso, mas também das pessoas que fizeram a divulgação”, explicou o advogado.
A Polícia Civil disse que o suspeito confessou o crime, passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada. Ele foi encaminhado para o Complexo Penitenciário da Papuda.
“O fato é concretamente grave e a prisão se mostra necessária”, reiterou a juíza substituta do Núcleo de Audiências de Custódia (NAC).
No Brasil, quem comete o crime conhecido como vilipêndio a cadáver pode pegar de 1 a 3 anos de detenção e ainda ter que pagar multa, de acordo com o art. 212 do Código Penal.
Vilipendiar tem o mesmo sentido de desrespeitar, desonrar ou menosprezar. A família da cantora pode processar e exigir indenização por danos morais dos funcionários que fizeram as fotos. As empresas onde os profissionais trabalhavam também podem ser condenadas.
Criminoso debochava dos falecidos
De acordo com a investigação, as publicações do criminoso continham muito ódio e ironia. Através do Twitter ele compartilhava as fotos dos corpos dos artistas, sempre zombando da morte deles.
Gabriel Diniz, por exemplo, morreu em 2019 vítima de um acidente aéreo em Sergipe. Em uma das postagens, Fellipe publicou um vídeo com o corpo do cantor boiando em um rio e disse: “Gabriel Diniz nadando“.
Ele também ameaçou fazer um massacre em uma escola da região em que vivia, segundo informações do auto de prisão em flagrante enviado ao Tribunal de Justiça do DF.
Além disso, ele fazia comentários racistas, de apologia ao nazismo e ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) nas mídias sociais.
Em uma outra postagem, ele avisava aos seguidores que tinha imagens dos corpos de Marília Mendonça, Cristiano Araújo e até mesmo dos Mamonas Assassinas, que morreram em 1996. “Entrem em meu grupo no Telegram”, escreveu.
Veja uma das postagens:
Já Cristiano Araújo perdeu a vida ao sofrer um acidente de carro enquanto voltava de um show em 2015. Marília, por sua vez, foi vítima de um acidente aéreo em Caratinga, MG.
O criminoso possivelmente começou a praticar os crimes quando tinha apenas 18 anos, após identificar uma espécie de comércio na situação. A DRCC investiga como ele conseguiu as imagens e se ele faz parte de um grupo ou se agia sozinho.
Ainda durante a investigação foram encontradas muitas imagens de pessoas mortas – não apenas de personalidades famosas – no computador de Fellipe Alves, de apenas 22 anos.
“A ação faz parte de uma investigação realizada por esta delegacia especializada que visou identificar administradores de perfis em redes sociais que divulgaram e compartilharam fotos e vídeos do corpo de personalidades artísticas”, informou o delegado Eduardo Fabbro.
Vazamento de fotos de Marília Mendonça
Este terrível vazamento das fotos de Marília Mendonça morta aconteceu na última quinta-feira (13), deixando a família dela extremamente arrasada. Dona Ruth, mãe da ‘Rainha da Sofrência’ pediu por mais respeito com a a filha dela.
“Tenham respeito e empatia e que entendam que há uma família que sofre toda vez que situações assim ocorrem”, pediu a mãe de Marília, segundo assessoria.
Robson Cunha, advogado da família, declarou ter ficado indignado com as imagens divulgados e disse que é “inconcebível que documentos exclusivos de um inquérito policial que corre em sigilo e com restrições de acessos tenham sido divulgados de forma irresponsável, desumana e criminosa“.
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Em posts ‘premonitórios’, Marília Mendonça falou sobre vazamento de fotos de corpo
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