Nego Di, famoso e polêmico ex-BBB, foi preso neste domingo (14) por envolvimento em um esquema que causou um prejuízo de mais de R$ 5 milhões.
As investigações da Polícia Civil do Rio Grande do Sul revelam que o prejuízo das 370 vítimas do esquema liderado pelo humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, supera esse valor.
Nego Di foi preso pelo crime de estelionato, após denúncias de participação no esquema de venda online de produtos que nunca foram entregues.
O fato é que Nego Di promovia a venda de produtos, como aparelhos de ar-condicionado e televisores, em suas redes sociais, oferecidos a preços abaixo do mercado.
Na sexta-feira (12), Nego Di e a esposa, a influenciadora digital Gabriela Sousa, foram alvos de uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul por suspeita de lavagem de dinheiro por meio de rifas ilegais.
Em sua conta no ‘X’, Nego Di declarou: “Estou aqui pra dizer que eu e minha esposa, estamos bem! Tá tudo bem, graças a Deus. Estávamos preparados para o que aconteceu ontem. Nós sabíamos que iria acontecer mais cedo ou mais tarde, e todo mundo sabe o porquê do que aconteceu”.
Nego Di afirmou que provará a inocência do casal. Após essa declaração, ele foi preso pela Polícia Civil neste domingo (14) em Santa Catarina (SC), novamente por estelionato.
A esposa foi liberada sob pagamento de fiança de R$ 14 mil.
Foto: Reprodução/TV Globo
A investigação do Ministério Público começou quando Nego Di promoveu o sorteio de um carro de luxo blindado em janeiro.
Esse evento chamou a atenção do MP que, na sexta-feira (12), deflagrou uma operação contra o casal por lavagem de dinheiro. O inquérito indica uma movimentação financeira de R$ 2,6 milhões com rifas virtuais e ilegais.
Segundo o Ministério Público, Nego Di usava contas da esposa, de parentes e de empresas em nome do casal para receber o dinheiro das rifas.
Além das prisões, dois carros de luxo e uma arma de uso restrito das Forças Armadas, sem registro, foram apreendidos. A defesa do casal afirmou não ter tido acesso ao conteúdo do inquérito, mas garantiu que a inocência deles será provada.
Um dos sorteios destacados pelo MP foi o de um Porsche. Nas redes sociais, o influenciador dizia que o carro poderia ser seu “por apenas 99 centavos”.
Com essa promoção, incentivava o público a comprar a maior quantidade possível de bilhetes. Pela legislação brasileira, a venda de rifas é ilegal, exceto quando promovida por entidades beneficentes autorizadas pelo Ministério da Fazenda.
“Completamente derrotada”, diz esposa de Nego Di após ser solta
A influenciadora Gabriela Sousa, esposa do humorista Nego Di, usou suas redes sociais para se manifestar após a prisão do marido. Ele foi detido pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul na manhã do último domingo (14), sob suspeita de estelionato.
“Estou completamente derrotada. Acabada. Destruída”, descreveu Gabriela aos seus seguidores no Instagram.
“Estamos sem conta nenhuma, sem carro, sem nossos celulares”, relatou, referindo-se aos objetos apreendidos pelos agentes sob determinação judicial.
Em um vídeo publicado na madrugada desta segunda-feira (15), a influenciadora agradeceu o apoio recebido de amigos e seguidores.
“Eu não tenho cabeça nenhuma para aparecer aqui, não tenho vontade. Nem estou pegando o celular pra ver rede social, não vi televisão”, contou.
Em outra publicação na mesma rede social, Gabriela mencionou a atuação do comediante gaúcho nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio deste ano. Ela definiu o suspeito como um “herói”.
Gabriela Sousa chegou a ser presa durante uma operação policial realizada na última sexta-feira (12). Ao cumprirem mandados judiciais, os agentes encontraram uma arma de uso restrito das Forças Armadas sob posse da influenciadora.
O influenciador e comediante Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, foi transferido para a Penitenciária Estadual de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, na noite de ontem.
Ele havia sido preso na mesma manhã em um condomínio em Jurerê Internacional, região de alto padrão em Florianópolis.
O humorista passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva mantida pela Justiça. Segundo as investigações, Nego Di vendia produtos, incluindo TVs, aparelhos de ar-condicionado e celulares, a preços abaixo do mercado e não os entregava.
Veja uma captura de tela da publicação de Gabriela Sousa após a prisão do marido, Nego Di:
Fotos: Reprodução/Redes Sociais
Próximos passos no caso
A investigação envolvendo a prisão do influenciador digital Nego Di entra em uma nova fase: o foco agora é “aprofundar a questão patrimonial”, conforme afirma o Chefe de Polícia Civil do RS, Delegado Fernando Sodré.
“Verificar a questão da lavagem de dinheiro, algum tipo de bem patrimonial, crime patrimonial envolvido”, detalhou Sodré.
No domingo, a Polícia Civil gaúcha realizou uma coletiva de imprensa no Palácio da Polícia, em Porto Alegre, para falar do caso.
Nego Di é suspeito de lesar pelo menos 370 pessoas com a venda de produtos por meio de uma loja virtual da qual é proprietário, mas os produtos nunca foram entregues. A movimentação financeira em contas ligadas a ele, em 2022, ultrapassa R$ 5 milhões.
O sócio de Nego Di, Anderson Bonetti, também é suspeito de estelionato e está foragido com mandado de prisão preventiva expedido. Bonetti foi preso na Paraíba em fevereiro de 2023, mas foi solto dias depois.
A loja virtual “Tadizuera” operou entre março e julho de 2022, até ser retirada do ar por determinação judicial. Nego Di divulgava produtos como ar-condicionado e televisores, muitos com preços abaixo do mercado.
Parte dos seguidores comprou os produtos, mas nunca os recebeu. A investigação aponta que não havia estoque e que Nego Di enganava os clientes, movimentando dinheiro em contas bancárias da empresa.
A Polícia Civil tentou intimar Nego Di várias vezes para prestar esclarecimentos, mas ele nunca foi encontrado.
As autoridades estimam que o prejuízo dos 370 clientes lesados seja superior a R$ 330 mil, mas acreditam que o número de vítimas seja maior, incluindo pessoas que não procuraram a polícia.
A defesa de Nego Di divulgou uma nota afirmando estar tomando “todas as medidas legais cabíveis”. Destacou a importância da presunção de inocência e pediu cautela na divulgação de informações, alertando para os danos irreparáveis à imagem e carreira do humorista.
A nota é assinada pelos advogados Hernani Fortini, Jefferson Billo da Silva, Flora Volcato e Clementina Ana Dalapicula.
A operação realizada na sexta-feira investiga irregularidades em sorteios virtuais. Nego Di promovia rifas com prêmios atraentes, como dinheiro via PIX, celulares, videogames e até carros.
Em uma das promoções, Nego Di anunciou: “Seguinte, internautas: 30 mil no Pix, mais um iPhone 15 + 1 PlayStation 5 por apenas 15 centavos…”.
Ele também ofereceu um Porsche: “A Porsche pode ser tua por apenas 0,99 centavos”.
Nego Di se revolta contra filho de Arlindo Cruz, que prometeu processá-lo
Fonte: O Globo
#COMENTE