Rodrigo Amarante, integrante da extinta banda de rock alternativo Los Hermanos, concedeu uma entrevista recente em que falou sobre os rumos de sua carreira solo nos últimos tempos. O cantor de 44 anos revelou que gastou todo o dinheiro ganho com a banda, mas por uma boa causa: ajudar sua família.
“Não me arrependo, porque comecei a ganhar dinheiro com vinte e poucos anos. Era uma grana boa, mas se você tem uma família que precisa de ajuda, você não vai ajudar? Eu não me arrependo, está tudo certo”, disse Rodrigo Amarante.
À revista ‘Trip’, ele contou que se mudou para os Estados Unidos pois precisava recomeçar.
Apesar de positiva em muitos sentidos, a fama trouxe algumas questões negativas à vida de Rodrigo, que mesmo assim prefere olhar para as vantagens do enorme sucesso dos Los Hermanos no Brasil e no exterior.
“Ao longo dos anos a minha música ganhou uma expressão mundial. É uma coisa louca, mas tem mais gente hoje que ouve a minha música em Paris do que no Rio de Janeiro, por exemplo. Isso ampliou as possibilidades”, afirmou o artista, que contou sobre um dos malefícios da fama.
Sucesso do Los Hermanos
“Ter ficado famoso nunca me incomodou. Mas algo cansativo, eu me lembro, foi que ficou cada vez mais difícil conhecer alguém que não tinha uma noção preconcebida de mim. A sensação era de que alguma coisa me foi roubada, eu não tinha a oportunidade de me apresentar do zero. Mas olhar para isso é ver a parte vazia do copo. Eu tive grande sorte e privilégio de escrever música para o Los Hermanos; pude ajudar a minha família“, contou Rodrigo.
Ele também comentou sobre o aumento das críticas que recebiam conforme o sucesso dos Los Hermanos aumentava.
“Acho válido também abrir o meu coração e expor esse outro lado. No Brasil, como o Tom Jobim falou, sucesso é ofensa pessoal. Tinha isso também. As pessoas acham que é preciso bater, de forma figurativa, porque eu tenho o aplauso. Era uma pena, uma bobagem“, disse o cantor.
Contudo, segundo Rodrigo, tanto ele quanto os outros integrantes (Marcelo Camelo, Rodrigo Barba e Bruno Medina) souberam lidar bem com todas essas questões ao longo da carreira.
“Mas eu tive sorte que todos da banda tinham cabeça boa. Ninguém se achava melhor do que ninguém e todos souberam navegar esses altos e baixos”, concluiu.
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