Foto: divulgação valesca popozuda

Valesca Popozuda critica cantores que furam isolamento e fazem lives grandiosas

Valesca Popozuda não está gostando nada de testemunhar vários artistas apostando em formatos muito produzidos de lives musicais em meio à pandemia. Transmissões mais elaboradas de shows demandam trabalho de mais funcionários – o que, por consequência, provoca aglomeração, além de furar o isolamento social recomendado por autoridades da saúde.

Em uma série de publicações no Twitter, a cantora também comentou que diversos homens da música estão fazendo isso, mas que não são “cancelados” pelos internautas como mulheres.

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Inicialmente, a funkeira destacou que está sem trabalhar há 100 dias e que é autônoma, como muitos brasileiros. “Minha empresa sou eu! Meu setor é um dos mais prejudicados. Diferente de alguns colegas de trabalho, não tenho empresa pra financiar uma live e me pagar por isso. Continuo sem furar o isolamento”, disse Valesca Popozuda.

Em seguida, ela citou que tenta ajudar as pessoas com o pouco que tem. “Transmito energia boa, tento dar palavra de apoio, converso com mulheres que estão sofrendo […] mas vejo colegas ganhando muito bem pra fazer live, furar quarentena… fazem lives que aglomeram tanto quanto uma social de blogueira. Vejo aqui cancelamentos abertos apenas com uma parte seletiva. Já vi artistas masculinos furando, fazendo procedimentos desnecessários, mas só as mulheres são canceladas”, afirmou.

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Na sequência de publicações, Valesca Popozuda pontuou que segue trabalhando de casa e torcendo para uma vacina, já que brasileiros não souberam fazer isolamento.

“O vírus matou mais de 50 mil e não temos um plano efetivo que funcione. O mundo está isolando a gente. Estamos sendo proibidos de ir para outros países, eu tô morrendo de vergonha porque o único país que não faz praticamente nada somos nós, apenas 13% estão fazendo mesmo o isolamento correto”, disse.

Destacando que não é de reclamar, a cantora agradeceu aos fãs que acompanham o trabalho dela e a ajudando a manter de pé, também lembrando que outros artistas estão passando por dificuldades.

“As grandes empresas ou até mesmo os grandes artistas poderiam também dar a chance e patrocinar lives de outros artistas, não tô nem falando só de mim, temos atores de teatro parados, temos músicos, temos carregadores de equipamento, produtores”, disse.

Por fim, ela revelou: “E sim, tô chorando! Não queria admitir, vim aqui desabafar porque não queria chorar, mas eu tô chorando e não é por falta de dinheiro, de shows, não é isso! É porque passamos de 50 mil mortos e vários lugares estão reabrindo como se tivesse tudo normal! Não está normal!”.

No início do mês de abril, quando o fenômeno das lives tomou a internet, o vocalista Marcelo Falcão, ex-O Rappa, criticou quem adotava formatos superproduzidos de transmissão online no momento. Na época, ainda eram poucos os artistas que faziam shows online com uso de recursos mais elaborados, como multicâmeras, áudio de alta qualidade, entre outros. Gusttavo Lima e Jorge e Mateus estiveram entre os primeiros a adotar esse modelo.

“Essa parada de Live é uma coisa para ser de coração, como se fosse uma roda de amigos numa vibe boa. Virou competição levar um som para alegrar esse momento difícil, é a parada. Música não é competição de quem ostenta mais. Música é sentimento. Deixar fluir”, escreveu ele em sua conta oficial do Twitter.

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Igor Miranda é jornalista que escreve sobre música desde 2007 e com experiência na área cultural/musical.

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