Uma mulher do Rio Grande do Sul está movendo uma ação judicial contra o cantor Gusttavo Lima e quatro empresas por danos morais e materiais após ter perdido o carro nas enchentes que assolaram o estado. O que o sertanejo tem a ver com isso?
Ela alega que o seguro Bem Protege, do qual o cantor seria sócio, não cobriu os prejuízos após a enchente em Canoas.
Segundo os autos do processo, obtidos pela coluna de Fábia Oliveira, do jornal ‘Metrópoles’, a autora relatou que nos meses de abril e maio, Canoas enfrentou um volume significativo de chuvas e transbordamento dos rios, resultando em inundações no bairro Niterói.
O veículo da mulher, estacionado na garagem, foi atingido pela água, sem possibilidade de ser removido a tempo.
A mulher informou que o seguro incluía cobertura para eventos naturais, como enchentes. Ela entrou em contato com a seguradora pela primeira vez em 11 de maio de 2024. Contudo, o setor de sinistros funcionava apenas de segunda a sexta-feira.
No dia 13 de maio, ela ligou novamente e foi informada que receberia uma lista de documentos necessários para abrir o sinistro, mas não recebeu a lista.
Ainda conforme os documentos, no dia 14 de maio, ela fez outra ligação e enviou todos os documentos requeridos, mas a seguradora não abriu o sinistro, alegando a falta de fotos e vídeos do veículo, mesmo sabendo que a autora não podia acessar o local devido à inundação.
Em 27 de maio de 2024, a mulher conseguiu enviar as fotos do carro e o sinistro foi finalmente aberto. Contudo, informaram que seria necessária uma sindicância.
Um dia antes do encerramento da sindicância, a seguradora avisou que não cobriria os danos. Para “ajudar” os segurados, ofereceu uma porcentagem do valor do veículo, o que a mulher considerou um ato de má-fé por forçar um acordo com pessoas em situação de perda total.
Diante da recusa do seguro, a mulher decidiu recorrer à Justiça, solicitando R$ 31.140 pelos danos materiais e R$ 20 mil por danos morais, totalizando R$ 51.140.
O caso aguarda decisão da juíza após a solicitação de gratuidade de Justiça pela autora. A ação está na 2ª Vara Cível da Comarca de Canoas, Rio Grande do Sul.
Gusttavo Lima nega sociedade
Durante o lançamento de uma nova estratégia da Bem Protege, o famoso cantor sertanejo Gusttavo Lima, que atua como garoto-propaganda da empresa de proteção veicular, foi apresentado como sócio.
Na ocasião, Gleidson Soares, CEO da empresa, estava ao lado de Lima quando o cantor manifestou interesse em se tornar proprietário da associação.
Dois anos e meio se passaram e, até hoje, Gusttavo Lima não aparece no quadro societário da Bem Protege, que acumula uma série de processos judiciais e queixas em órgãos de defesa do consumidor por sinistros não indenizados.
Atualmente fora do radar da Superintendência de Seguros Privados (Susep), a empresa poderá precisar se adequar caso a nova legislação entre em vigor.
Conforme noticiado pelo Painel S.A., um dos projetos de lei em tramitação estabelece que, para oferecer cobertura veicular ou qualquer serviço similar a seguros, será obrigatório obter registro. Caso contrário, a operação será considerada ilegal.
A proposta de um novo código civil em discussão no Congresso reforça essa mudança.
A parceria entre o cantor e a Bem Protege começou em 2020, quando Gusttavo Lima se tornou embaixador da Bem Protege no Brasil. O anúncio foi feito durante uma das lives do sertanejo durante a pandemia.
Nas redes sociais, os proprietários da empresa destacam um “antes e depois do Gusttavo Lima” na trajetória da Bem Protege.
Recentemente, Gleidson Soares declarou publicamente que o sucesso do negócio se deve ao cantor, que “leva a marca aos quatro cantos do país”.
Em uma publicação da própria companhia, Gusttavo Lima afirmou que todos os seus veículos são protegidos pela Bem Protege e expressou desejo de se tornar dono da empresa.
Em 2021, Soares anunciou Lima como sócio da empresa em um evento público.
Desde então, os processos judiciais contra a Bem Protege aumentaram significativamente. No site Reclame Aqui, há 489 registros de consumidores, muitos alegando terem sido prejudicados.
Algumas dessas reclamações partiram de fãs que acreditavam que Lima era proprietário da companhia.
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Fonte: Fábia Oliveira
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