Fotos: Reprodução/Redes Sociais/Arquivo Pessoal Maguila

Maguila queria doar o cérebro para a ciência: entenda!

Maguila, o ícone do boxe brasileiro, faleceu na última quinta-feira (24) aos 66 anos, após anos de luta contra a encefalopatia traumática crônica (ETC) – uma condição neurodegenerativa causada por traumas repetidos na cabeça, comum entre boxeadores. Em 2018, o ex-peso-pesado revelou o desejo de doar seu cérebro para pesquisas, buscando contribuir com a ciência e o entendimento sobre a doença.

“Quero doar meu cérebro para estudos depois da morte”, afirmou Maguila em uma entrevista à TV Globo naquele ano, reforçando que essa decisão tinha o objetivo de ajudar nos estudos realizados pela Universidade de São Paulo (USP) sobre o impacto dos golpes na cabeça em esportes de contato. Apesar da declaração, ele brincou: “Mas não tenho pressa, quero viver até os 100 anos”. 

O papel da USP no estudo da saúde cerebral

A equipe de pesquisadores da USP investiga as consequências dos repetidos traumas no cérebro de atletas de esportes como futebol, boxe e rúgbi. Esse projeto é visto como essencial para embasar medidas de prevenção e proteção para praticantes dessas modalidades.

Para o centro de estudos, o gesto de doação é crucial, permitindo um avanço na compreensão e no tratamento de doenças associadas aos impactos na cabeça.

O exemplo de Maguila segue a mesma linha de outro grande atleta brasileiro, Bellini, o capitão da seleção campeã da Copa do Mundo de 1958, que também sofria de encefalopatia traumática crônica. Bellini foi um dos doadores que contribuiu para o acervo de cérebros da USP, que hoje é o segundo maior do mundo, reunindo mais de 5.000 encéfalos para pesquisa.

Maguila - boxeador

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Centro de pesquisa da USP: um dos maiores do mundo

A USP administra o Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC), que detém o maior centro de autópsias do planeta e é responsável por emitir atestados de óbitos de causas naturais na cidade de São Paulo. Com essa estrutura, a universidade promove estudos fundamentais sobre o envelhecimento e a degeneração cerebral, ajudando a formular ações de prevenção e tratamento para doenças neurológicas.

Veja também:
'Michael Jackson urinava no chão e arremessava fezes de animais', dizem ex-empregadas

Esse trabalho da USP oferece uma perspectiva promissora para doenças degenerativas e abre caminhos para maior proteção e cuidado com a saúde dos atletas. Com a contribuição de ex-atletas como Maguila e Bellini, a ciência ganha uma poderosa fonte de conhecimento para melhorar a qualidade de vida de futuros esportistas e da população em geral.

Maguila: Familiares, amigos e fãs se despedem do ex-lutador

Compartilhar