O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) abriu uma representação ética contra o cantor Gusttavo Lima. O alvo da ação é a sequência de duas lives que o artista tem promovido em seu canal no YouTube, no dia 28 de março e no último sábado (11).
Com base em “denúncias recebidas de dezenas de consumidores”, o Conar decidiu abrir o processo por considerar que as ações publicitárias “carecem de cuidados recomendados para a publicidade de bebidas alcoólicas”. As propagandas são feitas por intermédio da Ambev, fabricante de bebidas.
Embora tenha destacado o “formato inovador” para a publicidade por meio das lives, o Conar aponta que não houve restrição de acesso ao conteúdo para menores de idade. Além disso, o órgão destaca que Gusttavo Lima promoveu “repetida apresentação de ingestão da cerveja”, o que estimularia “consumo irresponsável”.
Durante a live do último sábado (11), o nome de uma cerveja patrocinadora apareceu com destaque na tela. Além disso, Gusttavo Lima consumiu não só a bebida em questão como outras, incluindo destilados. Muitos internautas apontaram que, nas duas transmissões ao vivo, o artista ficou visivelmente alcoolizado.
Dessa forma, a partir desta quarta-feira (15), ambas as lives de Gusttavo Lima apresentam restrição de acessos. Para assistir ao conteúdo no YouTube, é necessário estar identificado na plataforma e declarar ser maior de idade.
Em comunicado divulgado para a imprensa, a Ambev reforçou a relevância e o pioneirismo das lives e afirmou que mantém “o cuidado de assegurar as medidas de higiene e distanciamento social e com a devida orientação prévia aos artistas sobre as regras do Conar de publicidade de bebidas”. A empresa garante ter orientado os artistas com guias, destacando as regras, mas que “de forma totalmente espontânea, algumas orientações não foram seguidas”.
Até o momento, Gusttavo Lima não se pronunciou sobre o assunto.
Conar e Pabllo Vittar
No início deste ano, por intermédio do Conar, o YouTube também aplicou uma restrição para assistir ao clipe de ‘Parabéns’, de Pabllo Vittar e Psirico devido a uma propaganda de bebida alcoólica não ter sido apresentada de forma devida, respeitando as regras do Conar. Desde a mudança, a plataforma de vídeos passou a exigir que o usuário se identifique e declare ser maior de idade para ter acesso ao videoclipe.
Na ocasião, Pabllo Vittar afirmou pelas redes sociais que foi vítima de “censura seletiva”. A artista argumenta que outros cantores também fazem clipes com cenas semelhantes – mostrando consumo de bebidas alcoólicas –, mas não sofrem a mesma restrição.
“Recebemos uma restrição de idade no clipe de ‘Parabéns’ porque estou segurando um copo de vodca. Sendo que já havia uma mensagem dizendo ‘beba com moderação’. Mesmo assim, restringiram. […] A gente sabe que tem vários outros clipes muito mais nocivos, com conteúdos muito mais explícitos, e não são restritos, mas atacam a drag queen a torto e a direito. […] Diga não à censura seletiva”, disse Pabllo, na época.
Em resposta, o Conar declarou que a decisão foi tomada por unanimidade e que “Pabllo Vittar optou por não se defender, ainda que regularmente comunicado pelo Conar”.
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