A pandemia do novo coronavírus fará com que cantores em todo o Brasil deixem de arrecadar um valor estimado em até R$ 140 milhões, com direitos autorais em shows e eventos, caso as medidas de isolamento sejam necessárias por até 4 meses. A informação foi divulgada pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), que é responsável por angariar essa renda e distribuir entre os artistas no país.
Em entrevista à revista ‘Veja’, a superintendente executiva do Ecad, Isabel Amorim, destacou que esse dinheiro não pode ser recuperado, pois remete ao período atual, em que tudo está parado. Por recomendação das autoridades de saúde e determinação de governos locais, diversos eventos foram adiados ou cancelados e comércios estão proibidos de abrirem as portas para o público.
“No caso dos shows, alguns serão remarcados para outras datas. Porém, não haverá uma nova reprodução pública da música em outra data. Se não tocou, não tem direito autoral para pagar”, explicou Isabel Amorim.
A estimativa de R$ 140 milhões faz menção à arrecadação por direitos autorais de músicas reproduzidas em ambientes públicos, como shows, bares, restaurantes, entre outros, caso a pandemia dure por 4 meses – cenário mais extremo avaliado pelo órgão. Todavia, a renda obtida com rádios, televisões e internet segue sendo recolhida e distribuída para os artistas.
A superintendente do Ecad apontou que esse pagamento “nunca foi tão importante para a música” como nos dias de hoje. O motivo é que “quase todas as outras fontes de renda dos artistas foram comprometidas”, já que não podem ir para a estrada.
Dados do Ecad apontam, ainda, que mais de 6 mil shows aconteceram entre os meses de março e maio de 2019 – ou seja, uma quantidade próxima de eventos passou por adiamento ou cancelamento durante a pandemia neste ano. Para evitar que artistas sintam os efeitos da paralisação geral, o escritório resolveu adiantar pagamentos para músicos e compositores, além de dar férias para 300 funcionários.
Em 2018, o Ecad divulgou quais os compositores que tiveram maior rendimento em direitos autorais no segmento de shows – ou seja, compositores que foram mais interpretados por artistas em apresentações ao vivo. Roger Waters, ex-Pink Floyd, ficou em primeiro lugar, seguido de Chico Buarque (2°), Roberto Carlos (3°), Paul McCartney (4°), Noel Gallagher (5°), Marília Mendonça (6°), Phil Collins (7°), Erasmo Carlos (8°), Juliano Tchula (9°) e John Lennon (10°).
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