Maria Helena Pereira, mãe de Francisco de Assis Pereira, mais conhecido como o “Maníaco do Parque“, desabafou sobre sua relação com o filho, preso há quase três décadas.
A previsão de soltura do condenado é para 2028, quando ele terá cumprido 30 anos de pena pelos assassinatos que chocaram o Brasil nos anos 90.
“Me atormenta que ele está preso”, afirmou Maria Helena em entrevista ao programa ‘Domingo Espetacular’, da Record TV.
Ela lamenta a prisão e espera que Francisco seja libertado, mas também expressa angústia pelo estigma e pelo sofrimento que os crimes trouxeram à família.
A mãe do condenado revelou que Francisco ainda era criança quando a família deixou São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, para trabalhar na capital.
Foi em São Paulo que Francisco passou a infância e a adolescência. Quando ele tinha 24 anos, os pais resolveram voltar para o interior – para fugir da violência da capital.
Os pais de Francisco deixaram São Paulo após uma sequência de assaltos sofridos no açougue que eles administravam.
“Tivemos uma casa de carnes, mas, como meu marido foi assaltado várias vezes dentro do açougue, ele desanimou e fomos embora para o interior”, explicou Maria Helena, acrescentando que eles se mudaram para Guaraci (SP), cidade natal de Francisco.
O filho, entretanto, continuou morando em São Paulo, onde trabalhava como motoboy.
Apesar da mudança para o interior, Maria Helena acompanhava atentamente as investigações sobre uma série de assassinatos em São Paulo.
As reportagens chamavam sua atenção, especialmente pela semelhança entre o retrato falado do suspeito e seu filho.
“Era perto de onde a gente morava, então comecei a seguir as reportagens. Passava e eu corria para ver”, contou.
Ao reconhecer o retrato como semelhante a Francisco, ficou em choque: “Respirei fundo e pensei: ‘Não pode ser, parece com o Francisco'”.
Assim que Francisco foi preso, Maria Helena foi chamada para se reunir com ele na delegacia. No encontro, foi orientada a perguntar ao filho sobre a autoria dos crimes.
“Pediram para eu perguntar se ele tinha feito aquilo mesmo. Perguntei baixinho, no ouvido, abraçada nele. Francisco disse que não”, relembra a mãe.
No entanto, pouco tempo depois, ele admitiu os assassinatos. Francisco foi condenado a mais de 280 anos de prisão pela morte de sete mulheres em 1998.
Posteriormente, no entanto, ele confessou o assassinato de onze mulheres, além de 23 ataques.
Francisco de Assis Pereira é réu confesso do assassinato de 11 mulheres e responde por sete mortes, acusado de homicídio qualificado, estupro, ocultação de cadáver e atentado violento ao pudor.
“Me aproximava das meninas como um leão se aproxima da presa. Eu era um canibal. Jogava tudo o que eu podia para conquistá-la e levá-la para o parque, onde eu acabava matando e quase comendo a carne. Eu tinha uma necessidade louca de mulher, de comê-la, de fazê-la sentir dor. Eu pensava em mulher 24 horas por dia”, disse o Maníaco do Parque em depoimento.
Maria Helena afirma que, apesar dos crimes, não abandonará o filho. Ela lamenta a situação e rejeita a imagem negativa de Francisco, além de destacar que ele, ao seu ver, “deixou de ser uma pessoa má”.
“Não vou abandonar e nem falar mal dele para ninguém”, declarou a mãe do serial-killer.
Francisco de Assis Pereira, o “Maníaco do Parque”, está preso desde o dia 4 de agosto de 1998, e segue cumprindo sua pena pelos sete assassinatos. Contudo, ele pode ser liberado em 2028.
Maníaco do Parque será solto?
Mesmo tendo sido sentenciado a mais de 280 anos de prisão, o tempo máximo de cumprimento de pena no Brasil é restrito pelo Código Penal. No momento da condenação, o limite era de 30 anos.
Em 2019, uma alteração no artigo 75 do Código Penal aumentou o período máximo de cumprimento para 40 anos, mas essa mudança vale apenas para crimes cometidos após a entrada da nova lei, em 2020, sem impacto sobre condenações anteriores.
Por esse motivo, o assassino conhecido como “Maníaco do Parque” pode ter a chance de deixar a prisão em agosto de 2028.
Confira a entrevista completa com a mãe do “Maníaco do Parque”:
Fonoaudióloga explica por que decidiu trocar cartas com o Maníaco do Parque
Fonte: Metrópoles
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