Em uma tentativa audaciosa e macabra de fraude, uma mulher foi detida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro após tentar realizar um saque de R$ 17 mil utilizando um cadáver em uma agência bancária. O incidente ocorreu nesta terça-feira (16) e chocou funcionários e clientes do local.
Érika de Souza Vieira Nunes, sobrinha do defunto identificado como Paulo Roberto Braga, de 68 anos, foi pega em flagrante tentando fazer com que o corpo assinasse um documento de saque.
Câmeras de segurança da agência capturaram o momento em que Érika conversava com o idoso morto, tentando convencê-lo a assinar o documento.
Durante a ocorrência, Érika foi ouvida dizendo frases como:
- “Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como.”
- “Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço.”
- “O senhor segura a cadeira forte para caramba aí. Ele não segurou a porta ali agora?”
- “Assina para não me dar mais dor de cabeça, eu não aguento mais.”
- “Tio, você tá sentindo alguma coisa? Ele não diz nada, ele é assim mesmo.”
- “Se você não ficar bem, eu vou te levar para o hospital. Quer ir para o UPA de novo?”
Veja (IMAGENS FORTES):
assina ai tio paulo
tio paulo: nem morto pic.twitter.com/s1MW4juoaq— diegueiras (@amdiegu) April 17, 2024
Diante do comportamento suspeito e do estado claramente inanimado do homem, os funcionários do banco acionaram o SAMU, que rapidamente confirmou que o senhor estava morto há horas.
A tentativa de saque levantou suspeitas desde o início e, com a confirmação da morte do indivíduo, Érika foi presa e encaminhada para a delegacia de Bangu, onde foi interrogada e autuada por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver.
O delegado responsável pelo caso, Fábio Luiz da Silva Souza, comentou sobre o caso: “Ao chegar à agência bancária, ficou claro que o homem já estava morto há algum tempo”.
Este detalhe somado ao comportamento da mulher levantou imediatas bandeiras vermelhas para os funcionários e para a polícia.
O corpo do idoso foi removido para o Instituto Médico Legal (IML), onde serão realizados exames para esclarecer as circunstâncias exatas de sua morte e verificar outras possíveis ilegalidades relacionadas ao caso.
Fraude com cadáver não foi a primeira
Érika já foi beneficiária de R$ 30 mil em programas federais. O caso, que ganhou as manchetes pela natureza bizarra da fraude, também revela um histórico complexo de interações com o sistema de benefícios sociais.
Entre 2013 e 2021, Érika recebeu montantes significativos do Bolsa Família, totalizando R$ 22,1 mil. O término do benefício ocorreu devido ao não cumprimento das normativas do programa.
Adicionalmente, durante a pandemia de Covid-19, ela foi beneficiária do Auxílio Emergencial, recebendo R$ 7,5 mil em nove parcelas, com repasses que chegaram a R$ 1,2 mil mensais.
Além de suas interações com programas governamentais, Érika tem um histórico legal marcado por disputas judiciais diversas.
Em 2009, ela tentou, sem sucesso, que seu ex-companheiro fosse preso por atrasar o pagamento de pensão alimentícia, um pedido que foi negado pela Justiça após o pagamento das dívidas em atraso.
Érika também esteve envolvida em litígios com grandes corporações: ela processou a Casas Bahia por danos morais, chegando a um acordo financeiro, e teve uma ação contra os Correios negada, com a justificativa de que o caso deveria ser processado na Justiça Federal e não na estadual.
Atualmente, Érika enfrenta acusações de estelionato e furto mediante fraude, enquanto as autoridades continuam a investigar as circunstâncias completas de suas ações.
Confira no vídeo abaixo o momento em que Érika entra no banco com o tio morto na cadeira de rodas:
🚨VEJA: Câmera de segurança flagra momento que a mulher anda com cadáver na cadeira de rodas em um banco.
— CHOQUEI (@choquei) April 17, 2024
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