Zezé di Camargo abriu o jogo sobre suas visões políticas em entrevista à colunista Fábia Oliveira, do site do jornal ‘O Dia’. O cantor disse que votaria novamente no presidente da República, Jair Bolsonaro, e que artistas “têm que se posicionar”, embora tenha criticado o movimento “Ele não” por fazer “campanha ferrenha” contra o atual chefe do Executivo nacional.
“Ser um artista não exime ninguém de ser um cidadão. […] Os artistas têm que se posicionar, sim, e colocar a posição dele sem medo de errar. Temos que ter nossas opções e mostrar o que pensamos. Fica muito fácil se esconder atrás de um escudo (dizendo) ‘eu sou artista e não posso opinar’. E aí as pessoas não vão saber quem você é verdadeiramente e o que você pensa”, disse Zezé.
O sertanejo destacou que nem todos os nomes da classe artística têm obrigação de se posicionar, mas que é favorável à exposição de ideias. “Os artistas têm que opinar, sim, e claro, se não se sentir à vontade de não fazer campanha, não faz. Eu sou sempre a favor das pessoas se politizarem, de saber o que é política para saber exatamente quando for cobrar e saber o que está falando”, afirmou.
Ainda durante a entrevista, o cantor não acredita que artistas estejam sendo pressionados a se posicionarem politicamente. Logo após ter defendido que a classe artística “tem que se posicionar”, ele criticou a campanha “Ele não”, bastante mobilizada pelo segmento, por fazer “campanha ferrenha contra um candidato” – no caso, Bolsonaro.
“Aquele ‘Ele não’ foi uma coisa absurda, fizeram uma campanha ferrenha contra um candidato que não agradava uma certa classe artística e fizeram corpo a corpo. Acho que aquilo até motivou algumas pessoas a votarem exatamente contra aquele que a maioria do meio artístico pregava. […] Nem sempre o povo concorda com aquilo que você está pensando e quando você coloca isso com muita força, como aconteceu com ‘Ele não’, o cidadão pensa: ‘puxa… esses caras têm a vida boa, ganham muito dinheiro, a vida está fácil para eles’ e ficam contra”, disse.
Apoio a Lula no passado e novo voto em Bolsonaro
Zezé di Camargo relembrou que manifestou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2002. Porém, declarou que não dava para adivinhar o que aconteceria em seguida – o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) foi acusado de corrupção e preso pela Operação Lava Jato.
“Tomei uma posição, na época da eleição (de 2018), a favor do Bolsonaro, porque eu não concordava com as coisas que estavam acontecendo no Brasil nos últimos anos, com os últimos governos. É bom lembrar que eu apoiei o governo da esquerda, apoiei o Lula e fiz até campanha porque acreditava na mudança da política, da estrutura, mas a gente não tem bola de cristal e não dá para adivinhar. A gente apóia acreditando que vai ser melhor para o Brasil e aí depois a gente tem uma surpresa desagradável”, afirmou.
O cantor disse que seu posicionamento favorável a Bolsonaro ocorreu “de livre e espontânea vontade”, sem receber nada. Em seguida, destacou que votaria novamente no atual presidente. “Acho que o atual presidente, se fosse candidato, hoje, diante do que nós temos, diante das opções que nós temos e diante das atitudes de um congresso totalmente omisso ao que o povo quer, eu votaria novamente no Bolsonaro sem sombra de dúvidas”, disse.
Porém, não poupou críticas ao método de comunicação do presidente. “Claro que não concordo com a maneira que ele tem de conduzir certos assuntos, a maneira como ele usa a sua comunicação. Acho que o grande defeito do Bolsonaro é não usar a comunicação direito. Ele é brusco para falar, tem aquele jeitão de capitão: bateu, levou. É claro que eu não quero esse Bolsonaro. Quero um Bolsonaro mais polido, que sabe que realmente ele é o presidente que o Brasil tem hoje. Acho que o Bolsonaro pensa que ainda está em campanha, com mania de perseguição. Isso me preocupa muito. Mas, com as atitudes dele como presidente, de brigar contra a corrupção, de não montar o seu ministério baseado em troca-troca, é muito salutar no meu entender”, afirmou.
Zezé di Camargo recomenda: fique em casa
Por fim, Zezé di Camargo reforçou que é essencial seguir as principais orientações das autoridades da saúde para se ficar em casa e evitar aglomerações em meio à pandemia do novo coronavírus. O cantor destacou, ainda, que os prejuízos causados pelo vírus estão sendo sentidos.
“Tínhamos gravado chamadas para 56 shows até agosto e esses shows já não existem mais, mas é uma coisa que preocupa muito pouco a gente e não porque a gente tem grana. Pelo contrário! Temos muitas pessoas que trabalham com a gente, que vivem dos shows e a gente também, porque temos os nossos compromissos. Ninguém aqui está nadando em dinheiro. Mas o mais importante é saber que o Brasil está fazendo o que é preciso… todo mundo ficar quietinho em casa, evitar aglomerações e o que for melhor. Temos que pensar no que for melhor para todos, para todo o país. Não pensamos nessa coisa do prejuízo”, disse.
A entrevista pode ser lida, na íntegra, no site do jornal ‘O Dia’.
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