Foto: Divulgação lana del rey

Lana Del Rey é uma pessoa triste? Entenda motivo das músicas deprês

Ao divulgar a capa de ‘Lust For Life’, Lana Del Rey chocou os fãs por simplesmente aparecer sorrindo. Era uma cena que o público não estava acostumado a ver. Afinal, a cantora ficou associada às canções deprês e ao verso “Eu queria estar morta” – que, embora fale de algo sério como saúde mental, chegou a virar meme.

Essa, inclusive, é uma das frases mais icônicas da carreira musical de Lana Del Rey e que foi não só cantada tantas vezes em ‘Dark Paradise’, mas também dita por ela – e com todas as palavras. Em 2014, quando estava divulgando o álbum ‘Ultraviolence’, Lana falou ao jornal britânico ‘The Guardian’ que realmente não queria estar viva.

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A cantora falava sobre suas referências musicais, incluindo Amy Winehouse e Kurt Cobain – que morreram aos 27 anos -, quando declarou que “já queria ter morrido”.

“Não queria ter que continuar fazendo tudo isso. É assim que eu me sinto”, disse ela. “Se não fosse assim, não diria. Eu ficaria assustada se soubesse que [a morte] estava chegando, mas…”, interrompe. Perguntada se glamorizava a morte precoce, ela respondeu com indecisão: “Eu não sei. Humm, sim”.

Por exemplos como esse – entrevistas e, principalmente, a obra dela em si – fica impossível não associar Lana Del Rey com tristeza, melancolia e depressão. Para além da música recheada com tons e letras melancólicas, a pergunta que fica para os fãs da voz de ‘Norman Fucking Rockwell!’ é: Lana Del Rey é uma pessoa triste?

Lana Del Rey é portadora de uma anomalia desconhecida

Ainda na fase de divulgação de ‘Ultraviolence’, Lana contou à imprensa que teve crises de ansiedade por conta do novo trabalho.

“Eu tinha a sensação de que meu próximo disco não seria bem-sucedido. Tento não ouvir essas vozes, mas sou um pouco pessimista e me sentia triste. Não gostava de nada que eu escrevia”, disse ela em entrevista à revista ‘Veja’.

Na mesma época, a cantora deu uma entrevista para a ‘Fader’ e contou sofrer de uma “anomalia que os médicos não conseguem decifrar”. “Tenho estado doente há cerca de dois anos. Essa é uma grande parte da minha vida: eu me sinto muito doente na maior parte do tempo e não consigo entender o porquê”, desabafou.

“É pesado se apresentar para pessoas que realmente se importam com você quando nem mesmo você se importa às vezes. Eu acho que isso é triste. Acho que minha posição é triste”.

Mais feliz e confiante

Anos depois, na fase do ‘Lust for Life’, Lana considerou que evoluiu muito na questão da saúde mental e que estava se sentindo mais feliz – o que, provavelmente, se refletiu na capa do disco.

“Sim, pessoalmente, me desenvolvi de uma forma muito boa, considerando meu sentimento geral de felicidade. Continuo melhorando, mas o caos faz parte da minha vida. No entanto, posso sentir claramente a mudança. Tenho mais diversão em minha vida do que anos atrás”, declarou ela ao jornal alemão ‘Neue Westfälische’.

Anos antes, em entrevista ao ‘The Zane Lowe’, na BBC Radio 1, a cantora explicou algo que complementaria esse pensamento: “Eu acho que para mim, o que me faz confiante muda todos os dias… mas em geral eu diria que confiança para mim vem de ser muito feliz”.

Na época, ela reconheceu que a pessoa triste que estava sendo ajudou a trazer as músicas deprês para o foco de atenção do mercado fonográfico.

“Houve uma grande mudança culturalmente e acho que eu tenho muito a ver com isso. Eu faço. Eu ouço muita música que soa como essas gravações iniciais. Seria estranho dizer que não”, afirmou ao ‘Pitchfork’.

O motivo, então, estava relacionado às fases da vida da cantora. Falando sobre seu trabalho mais recente, Lana refletiu sobre o título de “garota triste” e disse que , hoje, vê esse rótulo como engraçado.

“Eu não sou apenas uma coisa”, afirmou ao ‘NME’. “Eu não sou alegre o tempo todo. Mas ser capaz de expressar minha tristeza às vezes me deixa realmente mais alegre do que algumas pessoas que conheço, porque me permite ter muitas cores”.