Foto: Alamy Rebecca Cheptegei

Atleta olímpica é incendiada até a morte pelo ex-companheiro

A atleta olímpica Rebecca Cheptegei, de Uganda, faleceu quatro dias após ser gravemente queimada em um ataque ocorrido no Quênia, supostamente cometido por seu ex-companheiro.

A confirmação da morte veio nesta quinta-feira (5), através de um comunicado oficial do presidente do Comitê Olímpico de Uganda.

“Recebemos a notícia da trágica morte da nossa atleta olímpica Rebecca Cheptegei, após um ataque brutal de seu ex-namorado. Que ela descanse em paz. Condenamos veementemente a violência contra as mulheres”, declarou Donald Rukare em uma mensagem publicada no ‘X’ (antigo ‘Twitter’).

Ele ainda lamentou o que chamou de “ato covarde” e “sem sentido”, que resultou na perda de uma grande atleta.

Rebecca Cheptegei, de 33 anos, que participou dos Jogos Olímpicos de Paris em 2024 e terminou a maratona na 44ª posição, morreu por volta das 5h30, no horário local, conforme informou o médico Kimani Mbugua, diretor da UTI do Moi Teaching and Referral Hospital, na cidade de Eldoret, no Quênia.

“Os ferimentos cobriam a maior parte de seu corpo, o que causou falência de múltiplos órgãos. Fizemos tudo o que podíamos, mas infelizmente não tivemos sucesso”, disse o médico. Ele ainda destacou que, com mais de 80% do corpo queimado, as chances de recuperação da atleta eram muito baixas.

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Segundo a polícia, o suspeito, identificado como Dickson Ndiema Marangach, invadiu a propriedade de Cheptegei no domingo (1º), enquanto ela estava na igreja com suas duas filhas.

Cheptegei vivia com sua irmã e as duas filhas em uma casa localizada na cidade de Endebess, próxima à fronteira com Uganda, conforme relatou seu pai, Joseph Cheptegei.

Ao retornarem da igreja, o suspeito teria jogado gasolina no corpo da maratonista e ateado fogo na frente das filhas, de 9 e 11 anos, segundo informações do jornal ‘The Standard’.

O boletim policial classifica Rebecca Cheptegei e Dickson Ndiema Marangach como “um casal com frequentes desavenças familiares”.

A morte de Rebecca provocou indignação entre dirigentes esportivos e ativistas dos direitos das mulheres, que condenaram o feminicídio. O Comitê Olímpico de Uganda se manifestou novamente, reiterando sua condenação à violência de gênero.

“Essa perda trágica é um golpe profundo para o esporte”, declarou a Athletics Kenya, confederação de atletismo do Quênia, pedindo também “o fim da violência de gênero”.

Njeri Migwi, cofundadora da organização Usikimye, um abrigo para vítimas de violência de gênero no Quênia, também se pronunciou: “Os feminicídios precisam parar”.

A atleta Joan Chelimo, de origem queniana e atualmente competindo pela Romênia, expressou seu choque em uma publicação no Instagram. “Estou profundamente abalada e indignada. Esta violência sem sentido precisa acabar”, afirmou.

Rebecca Cheptegei - atleta olímpica

Foto: Reprodução/Redes Sociais

De acordo com Joseph Cheptegei, pai da atleta, o ataque teria começado por uma disputa envolvendo um terreno que Rebecca havia adquirido. “Foi a compra do terreno que iniciou os problemas”, disse ele, pedindo ao governo que cuide das propriedades da filha e das suas filhas órfãs.

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Casos semelhantes já ocorreram no meio esportivo no Quênia nos últimos anos. Em abril de 2022, a corredora Damaris Mutua foi encontrada morta em Iten, um centro de treinamento famoso entre atletas de elite, e seu companheiro é o principal suspeito.

Em outubro de 2021, a atleta queniana Agnes Tirop, medalhista de bronze, foi morta a facadas em sua casa. Seu marido, Emmanuel Ibrahim Rotich, responde pelo assassinato, embora negue as acusações.

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Fonte: O Globo

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