Fotos: Reprodução/Redes Sociais Rapper - C. Gambino

C. Gambino: cantor assassinado só aparecia em público usando máscara

C. Gambino, conhecido por seu estilo enigmático e pelo uso constante de máscara, foi assassinado a tiros em um ataque na Suécia.

O rapper de 26 anos foi alvejado enquanto estacionava seu carro em uma garagem em Gotemburgo, na noite de terça-feira (11).

De acordo com a polícia local, ele foi rapidamente levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu pouco depois.

A polícia local informou ao jornal ‘Expressen’ que está investigando se o tiroteio está relacionado a um conflito de gangues no subúrbio de Biskopsgården.

“Só posso dizer que ele é conhecido por nós de antes e há uma conexão em rede. Mas não quero dar mais detalhes do que isso”, declarou Thomas Fuxborg, da Polícia de Gotemburgo, ao jornal.

O jornal ‘Aftonbladet’ relatou que C. Gambino havia administrado um negócio em parceria com um homem que a polícia acredita ser membro do grupo Norra Biskop e que tinha um histórico de crimes de gangue.

A morte de C. Gambino trouxe à tona uma característica peculiar do artista: ele sempre usava máscara em suas aparições públicas.

Esse hábito é comum entre os rappers do drill, um subgênero do rap que ganhou força nos Estados Unidos, especialmente em Chicago, e no Reino Unido.

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Muitos rappers do drill optam por usar máscaras ou balaclavas por diversas razões. A proteção contra a polícia e gangues rivais é uma delas.

Além disso, muitos artistas procuram manter suas identidades ocultas de familiares, professores e membros da comunidade religiosa.

Outro fator é a moda. Máscaras e balaclavas se tornaram itens de estilo entre os jovens artistas do drill. Esses acessórios ajudam a criar uma identidade única e marcante na cena musical.

Nos últimos anos, o drill tem sido uma via de mobilidade social para jovens rappers, com milhões de visualizações no YouTube e streams no Spotify.

C. Gambino, por exemplo, acumulava cerca de 1 milhão de ouvintes mensais no Spotify. Sua faixa mais popular, ‘Dör För Dig‘, já ultrapassou 4,7 milhões de reproduções na plataforma.

Rapper - C. Gambino - mascarado

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Alguns se cobrem porque suas famílias não sabem que eles estão no rap ou que são parte de uma gangue. Mas eu conheço jovens que usam máscaras e balaclavas e não têm nenhuma participação nessas loucuras. São bons garotos, que tentam parecer com os rappers, então se cobrem. Eu sempre usei a minha, estava sempre coberto. E isso acontecia sobretudo por causa da área de onde venho”, explicou o rapper S1 em entrevista ao site ‘The Face’.

A identidade oculta proporciona aos rappers do drill uma mistura de anonimato e notoriedade, ajudando-os a navegar pelos desafios e perigos de suas vidas pessoais e profissionais.

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A tragédia de C. Gambino gerou repercussão nas redes sociais e internautas comentaram sobre esses jovens artistas que, por trás das máscaras, buscam um espaço para expressar suas realidades.

Ouça um dos hits de C. Gambino, ‘Dör För Dig’:

Quem era C. Gambino?

C. Gambino, nascido Karar Ramad, foi um dos principais nomes do rap sueco, acumulando cerca de um milhão de ouvintes mensais no Spotify.

Sua carreira começou a despontar em 2019 com a faixa ‘Rebell’. O álbum de estreia, ‘Sin City’, lançado em 2022, alcançou o segundo lugar nas paradas suecas, impulsionado pelos sucessos ‘M5’ e ‘CCTV’.

Seu segundo álbum, ‘In Memory of Some Standup Guys’, lançado no início de 2024, consolidou ainda mais sua fama, levando-o a conquistar o prêmio de Hip Hop do Ano no Grammis, a maior premiação musical da Suécia.

Embora C. Gambino nunca tenha confirmado a origem de seu nome artístico, especula-se que seja uma referência a uma das cinco famílias da máfia de Nova York. Apesar dessa especulação, não há provas concretas de ligação do rapper com o crime organizado.

Segundo a imprensa sueca, ele tinha registros criminais por delitos menores, mas seu foco sempre foi a carreira musical.

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