Vida de artista é repleta de luxo e altos salários? Para Cinthya Rachel, que deu vida à personagem Biba no icônico programa ‘Castelo Rá-Tim-Bum‘, da TV Cultura, a realidade era bem diferente.
A atriz usou suas redes sociais nesta segunda-feira (22) para abrir o jogo sobre os ganhos e os direitos de imagem dos atores da série na década de 90.
Em uma declaração franca, Cinthya compartilhou: “Hoje vamos falar de dinheiro, grana, prata, guita, bufunfa, do faz-me-rir. Afinal, nós ficamos ricos com o Castelo Rá-Tim-Bum? Tenho em minhas mãos um fac-símile do meu contrato da época. E segundo este contrato, na cláusula quarta, nós éramos milionários. Ganhávamos milhões por mês. Mas eram milhões de Cruzeiros, antes do plano Real“.
A atriz prosseguiu detalhando o tipo de contrato firmado: “Era um contrato comum de trabalho. Talvez, com algumas cláusulas meio ‘mamilos polêmicos’ de ‘cedo minha alma’, como na cláusula 66. Mas, enfim, a gente não ganhava dinheiro. Era um salário normalzinho“.
Ainda no vídeo, ela também relembrou a falta de noção sobre o futuro sucesso do programa.
“Quando a gente começou a fazer Castelo Rá-Tim-Bum, não tínhamos ideia do que ia virar. Ninguém tinha ideia do que ia acontecer. E quando estreou ainda demorou um tempinho para o projeto pegar. Quando estreou, a gente estava gravando os últimos capítulos. Mas não ganhamos dinheiro fazendo o programa, não“, assegurou.
E sobre os produtos licenciados? A atriz surpreende ao contar: “Aí você me fala: ‘Mas, Cynthia, tinha tantos produtos licenciados’. É verdade, meu amigo e minha amiga. Tinham muitos produtos licenciados, inclusive meia com a minha cara, videogame, quebra-cabeça, livro e um montão de coisas. Tinha até boneca da Biba. Mas, assim, íamos lá receber e era assim: 2 mil meias vendidas, 0,47 centavos. É sério!“, relatou.
Exposição do Castelo Rá-Tim-Bum
A questão da exposição também não rendeu lucros.
“Não é possível. Teve a exposição’. A gente não ganhou nada pela exposição também. Sei que alguns devem estar um pouco chocados agora. Não, a gente não ganhou absolutamente nada. Só amor e carinho mesmo. E o mais louco é que a exposição foi aos 20 anos do Castelo Rá-Tim-Bum. A primeira do MIS. Foi aquele furor. Não tinha ingresso, estava esgotado. E não ganhamos nada, nem por essa nem por outras que existiram”, apontou Rachel.
Além disso, ela acrescentou contando que houve confusões com a organização de eventos.
“Inclusive temos uma polêmica aí com uma das exposições que foram feitas. Falaram que os atores iam estar na exposição que teve lá no Memorial da América Latina. Fiquei sabendo pela mídia. Fiz uma carta aberta, eu e o Luciano [Amaral] falando: ‘não, nós nem estávamos sabendo que ia rolar essa exposição’”, recordou.
Por fim, Cinthya destacou um momento mais lucrativo.
“Depois entraram em contato com a gente. Enfim, não fomos nessa exposição. O que, sim, a gente conseguiu ganhar um pouquinho mais de dinheiro foi quando fizemos a peça de teatro do Castelo Rá-Tim-Bum porque as sessões eram lotadas. E a gente ganhava uma porcentagem da bilheteria. Aí, sim, ganhamos um pouco mais de dinheiro”.
Rachel encerrou seu vídeo com uma reflexão sobre a monetização na infância.
“Isso porque nem vou entrar na ‘Larissa Manoelização’ das crianças que trabalhavam na TV nos anos 80 e 90. Mas tem aquela frase assim, muito de quando eu era criança, que dinheiro não traz felicidade. Mas pelo menos ajuda você a chorar onde? Às margens do Rio Sena. Por falar em chorar, tivemos uns momentos tensos ali no Castelo Rá-Tim-Bum. Conto pra vocês na próxima”.
Confira o vídeo publicado por Cinthya no Instagram:
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Cássio Scapin explica por que o elenco do Castelo Rá-Tim-Bum não ficou rico
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