O corpo de um cachorro foi encontrado pelos bombeiros entre os escombros do avião que caiu em Vinhedo, São Paulo, na última sexta-feira (9).
O animal estava junto à família venezuelana que perdeu a vida na tragédia. Joslan Perez, de apenas 4 anos, estava no voo junto com a mãe, Josgledys Gonzalez, e a avó, Maria Parra.
Uma vizinha da família, Thaiza, que é protetora de animais, contou que ajudou nos preparativos da viagem, inclusive no transporte da cachorrinha, que se chamava Luna.
Joslan foi gravado brincando com Luna, momento antes de irem para o aeroporto pegar o avião. Nas imagens, os dois correm em um quintal e brincam com uma bola.
“O [vídeo] foi gravado ontem, antes deles viajarem, eu fui ajudar eles a carregarem e venderem os últimos móveis porque eu tinha ajudado nos trâmites para levar a cachorrinha”, relatou Thaiza.
Veja:
A Voepass, empresa aérea responsável pelo voo, confirmou a presença do cachorro na aeronave. Até a tarde de sábado (10), cerca de 50 corpos já haviam sido retirados dos destroços pelo Corpo de Bombeiros, que conta com o apoio de pelo menos 200 profissionais entre policiais, peritos e integrantes do IML.
O comandante geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Cássio Araújo de Freitas, ressaltou a experiência das equipes que atuam na operação: “A presença de homens e mulheres que já atuaram em outras tragédias garante a organização desse trabalho difícil”.
A investigação sobre a causa do acidente está em andamento. A aeronave, um ATR-72-500 da Voepass, caiu em um condomínio residencial em Vinhedo após uma série de eventos que ainda estão sendo analisados.
O voo, que decolou de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto de Guarulhos (SP), contava com 58 passageiros e quatro tripulantes.
Segundo especialistas, a queda brusca da aeronave sugere a possibilidade de um estol, que ocorre quando a aeronave perde a sustentação necessária para manter o voo.
A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que as caixas-pretas já foram recuperadas e serão analisadas em Brasília para entender o que causou o acidente.
O chefe do Cenipa, brigadeiro Marcelo Moreno, destacou que o trabalho de extração de dados das caixas-pretas é fundamental para entender o que aconteceu.
“Neste momento os investigadores estão num importante trabalho de extração desses dados, que poderão nos contar o que aconteceu nesse trágico evento”, afirmou Moreno.
Enquanto isso, a Defesa Civil de São Paulo, sob a direção da tenente-coronel Claudia Andrea Beni, está focada no apoio aos familiares das vítimas, oferecendo assistência médica, psicológica e auxílio funeral.
“Ficaremos até o final desse processo, para apoiar todos os parentes das vítimas”, garantiu Beni.
A Voepass informou que a aeronave envolvida no acidente estava com todos os certificados de aeronavegabilidade e matrícula válidos.
O CEO da companhia, Eduardo Busch, declarou que os pilotos eram experientes e que os sistemas operacionais da aeronave estavam em perfeito estado no momento da decolagem.
A Polícia Federal também está envolvida na investigação, trazendo de Brasília seus melhores equipamentos e profissionais para auxiliar no caso.
O superintendente da PF, Rodrigo Sanfurgo, enfatizou o esforço contínuo para concluir os trabalhos e oferecer algum conforto às famílias afetadas pela tragédia.
Meteorologistas apontaram que a região onde o avião caiu apresentava áreas de instabilidade e formação de gelo, o que pode ter contribuído para o acidente. Apesar das condições adversas, ainda não há uma conclusão definitiva sobre o que causou a queda da aeronave.
As investigações seguem em andamento, e a cidade de Vinhedo ainda lida com o impacto da tragédia que vitimou 62 pessoas, incluindo a família venezuelana e seu cachorro.
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Fonte: G1
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