Rita Lee morreu em 8 de maio de 2023, causando enorme comoção Brasil afora. Para aplacar um pouco a tristeza deste momento de despedida, os fãs podem se deliciar com a leitura de mais um livro escrito pela cantora.
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Os anos finais de Rita Lee, uma das maiores artistas do Brasil, foram compartilhados por ela no livro ‘Rita Lee: Outra Autobiografia‘, lançado nesta segunda-feira (22). A data foi escolhida pela própria, antes de morrer, por ser o dia em que a Igreja Católica celebra Santa Rita de Cássia.
Sem dúvidas, Rita Lee segue viva em sua arte, suas músicas e, agora, em seu novo livro (além de todos os outros que escreveu).
Nessa obra, a cantora revela aspectos emocionantes de seus últimos três anos de vida, incluindo a pandemia de Covid-19, seu diagnóstico de câncer de pulmão e o subsequente tratamento.
Ao longo do livro, Rita, com sua leveza e bom-humor característicos, nos faz companhia em sua jornada de luta contra o câncer. Entre muitas outras coisas, ela compartilha como uma reação à vacina contra a Covid-19 em 2021, ironicamente, a levou a descobrir o câncer.
“Foi uma sorte, disseram, eu ter tido reação à vacina, já que, do contrário, não teria ido ao hospital e nem descoberto o câncer rapidamente“, lembra Rita.
Uma visita ao hospital para tratar dos efeitos da vacina levou à detecção de uma “massa” no pulmão, posteriormente identificada como um câncer maligno.
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A cantora também não se esquivou de admitir seus arrependimentos, em particular o vício em fumar, que chegava a três maços de cigarro por dia.
Rita descreveu: “A noia existencial e as notícias me faziam consumir três maços e meio por dia, daí batia a culpa por não estar me alimentando […] ‘Amanhã eu como’, mentia pra mim mesma. E nessas virei uma caveira fumante, acendendo um cigarro depois do outro”..
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) confirma que o tabagismo está associado a 85% dos casos de câncer de pulmão.
O câncer de Rita Lee
A jornada de Rita durante o tratamento do câncer não foi nada fácil. Durante a primeira internação, ela enfrentou uma forte crise de pânico.
“Bateu uma crise forte de pânico. Dizem que fiz uma cena digna de ‘One Flew Over The Cuchoo’s Nest’ [Um Estranho no Ninho]. Minha cabeça pirava de cinco em cinco minutos porque era um entra e sai de médicos, enfermeiras, nutricionistas, fisioterapeutas, faxineiras… todos me fazendo perguntas as quais eu respondia, aflita, que só queria voltar para minha casa“, explicou.
“Em certo momento, estava com quatro enfermeiras em cima de mim, me segurando na cama para não sair feito louca pelo corredor ou me atirar pela janela. Me senti meio Linda Blair, a menina-atriz possuída de O Exorcista”, descreveu Rita Lee.
Seus familiares encontraram um psiquiatra que substituiu os medicamentos por alternativas que não causavam dependência.
“Minha família encontrou um psiquiatra que me pareceu sensível e não invasivo. Falava baixo, era bem jovem e não tinha nada contra a minha espiritualidade. Demorou um pouco pra eu perceber que as crises, a ansiedade e a depressão deram lugar à calmaria“, compartilhou Rita.
“E nessas, ao pressentir uma noia invadindo a cabeça que me fazia tremer e hiperventilar, eu conseguia com muito custo lembrar de controlar a respiração e daí não tinha jeito, precisava tomar um benzodiazepínico. Às vezes dava certo, mas o pânico invadia sem aviso, parecendo destruir meus neurônios, já tão assustados pelas idas e vindas do hospital”, continuou ela.
Rita Lee, em um ato de coragem e honestidade, compartilha no livro que não estava ansiosa para fazer o tratamento do câncer.
A cantora abertamente expressa sua “relação tranquila” com a morte, que, como ela bem coloca, não deve ser olhada com “cara de enterro”.
Por trás de sua hesitação também havia um trauma doloroso, resultado de ver sua mãe enfrentando um tratamento contra o câncer. Sendo assim, ela deixou a decisão final nas mãos da família.
Essa é a Rita Lee que os fãs conhecem: enfrentando desafios com seu charme inconfundível. Mesmo falando de momentos tão difíceis, a cantora ainda consegue manter seu senso de humor e carisma.
No livro, ela nos leva em uma jornada por suas experiências, recheada de referências à cultura pop, como ‘O Exorcista’ e ‘Carrie, a Estranha’. Ao ler, é como se os fãs estivessem vendo um filme com comentários de Rita.
Através da carreira, Rita Lee presenteou o mundo com nove livros: três biografias, cinco destinados ao público infantil e uma coletânea de contos.
Portanto, ‘Rita Lee: Outra Biografia’ é mais um marco em sua contribuição artística, um testemunho de uma mulher forte e incrível, vivendo a vida à sua maneira e dando a oportunidade de milhões de pessoas aprenderem com sua história. Para comprar o livro, clique aqui.
Confira a capa do mais novo livro de Rita Lee:
Foto: Divulgação
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Por que padres moram no casarão onde Rita Lee cresceu em SP?
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