Foto: Jonathan Wolpert / divulgação luisa sonza

Advogada que acusa Luísa Sonza de racismo fala pela 1ª vez sobre processo

A advogada Isabel Macedo de Jesus falou, pela primeira vez, sobre o processo que moveu contra a cantora Luísa Sonza. Ela acusa a artista de ter praticado ato de racismo durante um festival gastronômico em uma pousada em Fernando de Noronha, em setembro de 2018. A administração do local também foi acionada.

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Na ação judicial, Isabel acusou Luísa de ter dado um tapa em seu braço e “ordenado em tom ríspido” que buscasse um copo d’água para a cantora. “Estarrecida, a Autora ainda se deu o trabalho de lhe explicar que era uma cliente do estabelecimento e não funcionária do local, como se não fosse crível que uma mulher negra pudesse estar naquele restaurante na qualidade de cliente”, alega o texto do processo.

Em entrevista ao ‘Portal Notícia Preta‘, a advogada explicou que estava no local para aproveitar seu aniversário e curtir a festa quando, por acaso, parou atrás de Luísa Sonza, que ela não conhecia até então. “Foi então que ela virou, bateu no meu ombro e disse: ‘pega um copo d’água pra mim?’. Eu respondi que não tinha entendido, ela repetiu e completou: ‘você não trabalha aqui?'”, afirmou.

Isabel Macedo de Jesus, então, perguntou o motivo pelo qual a cantora achava que ela trabalhava no local. Luísa teria respondido: “não é isso que você está pensando”. “Eu disse que ela nunca sentiria o que eu estava sentindo, pois nunca seria confundida com as pessoas que servem nas festas que frequenta. Não é demérito ser empregada, eu mesma já fui doméstica, a questão é: por que a branquitude sempre nos enxerga nessa posição de serviçal?”, disse.

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Logo em seguida, a advogada pagou sua conta e deixou a pousada. Ela decidiu registrar um boletim de ocorrência na delegacia e alegou ter sofrido racismo novamente no local. “A inspetora, uma mulher loira, começou a dizer que eu não era negra, que eu era morena, que não era bem assim. Eu querendo registrar como racismo e ela querendo dizer que era injúria racial. Consegui fazer o boletim de ocorrência como racismo”, afirmou.

No processo, Isabel Macedo de Jesus pede R$ 10 mil em danos morais, além de retratação pública de Luísa Sonza na internet e cartazes contra racismo fixados na pousada. Ela afirma ter acionado a Justiça “para que ela (Luísa) pague pelo que fez e entenda que isso não pode se repetir”. “A minha intenção com a ação é que isso tenha um caráter pedagógico, embora não tenhamos obrigação alguma de ensinar nada ao branco”, disse.

Luísa Sonza nega acusações

Luísa Sonza negou as acusações, tanto em post nas redes quanto por meio de sua assessoria. “Gente, tudo isso é MENTIRA! Não acreditem nisso! Eu jamais teria esse tipo de atitude. Vocês me conhecem bem, sabem qual é meu caráter, minha índole. Eu jamais ofenderia outra pessoa por conta da cor de sua pele. Jamais! Essa acusação é absurda. Minha equipe já está tomando todas as providências jurídicas quanto ao caso”, disse a cantora, em duas postagens no Twitter.

“A assessoria jurídica da artista Luísa Sonza, através de seu advogado José Estevam Macedo Lima, vem a público informar que tomou conhecimento do referido processo pela mídia. Que a cantora até a presente data não foi citada de nenhuma ação que venha a lhe imputar o fato que está sendo noticiado. Que as acusações são falsas, inverídicas e vêm em um momento oportunista em razão do crescimento exponencial da carreira da artista. Informa, ainda, que nunca ofendeu ou discriminou qualquer pessoa. Causa estranheza as acusações de racismo, pois até a presente data a artista não recebeu qualquer notificação das autoridades policiais sobre a suposta investigação”, completou a assessoria da cantora.

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Igor Miranda é jornalista que escreve sobre música desde 2007 e com experiência na área cultural/musical.

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