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Anac encontra bizarrice no ‘manual de reporte de falhas’ da VoePass

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) detectou, em uma inspeção recente, irregularidades nos procedimentos de reporte de falhas em aeronaves da VoePass.

Conforme o órgão, o manual da empresa impede comissários de relatar diretamente problemas de manutenção, exigindo que esses sejam reportados apenas aos pilotos, que decidirão se devem ou não incluir a falha em um relatório técnico.

Essa política, segundo a Anac, pode desestimular a comunicação de problemas técnicos por parte dos comissários, como explica Antonio de Quadros Andrade Júnior, coordenador de Certificação em Aeronavegabilidade da agência.

Ele afirmou em documento que, “considerando a cultura de hierarquia na aviação, provavelmente desencorajaria comissários a fazerem esses registros“.

A inspeção foi realizada na Regional Linhas Aéreas, uma subsidiária da VoePass em processo de certificação.

No entanto, a Anac constatou que o manual utilizado é o mesmo da VoePass, com diversas referências à companhia.

Em resposta às acusações, a VoePass afirmou que “não tem em seu manual nenhum tipo de veto à comunicação de eventuais problemas em suas aeronaves por parte da tripulação”.

A empresa destacou que segue as melhores práticas do setor e mantém um departamento exclusivo para a gestão da segurança operacional, responsável por criar procedimentos que assegurem canais de fácil acesso para o reporte de qualquer situação considerada um risco à operação.

Além disso, a VoePass reforçou que todos os seus manuais e procedimentos são revisados e aprovados pela Anac, estando alinhados com os padrões estabelecidos pelo fabricante das aeronaves e certificados por órgãos internacionais.

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No dia 9 de agosto, um avião da VoePass caiu em Vinhedo (SP), durante a rota Cascavel-Guarulhos, resultando na morte de 62 pessoas. De acordo com relatos, a mesma aeronave já havia apresentado problemas de manutenção ao longo do ano anterior, especialmente relacionados ao sistema de degelo.

Essa rota, operada pela VoePass desde junho, faz parte de um acordo de codeshare com a Latam.

Esse acordo, firmado desde fevereiro de 2022, inclui 117 rotas compartilhadas entre as duas companhias. Há uma opção de compra da VoePass pela Latam, embora a empresa não tenha comentado se há negociações em andamento.

Sobre o acordo de codeshare, a Latam afirmou que tais parcerias são comuns na aviação global, destacando que “a empresa operadora do voo é quem responde por toda a gestão técnica e operacional”, incluindo o atendimento aos passageiros e a resolução de eventuais contingências.

O relatório da Anac destacou a necessidade de revisar os procedimentos da Voepass, ressaltando que as comissárias(os) devem solicitar ao comandante a inclusão de reportes no TLB (Technical Log Book) da aeronave.

A Anac sugere que essa prática, somada à hierarquia na aviação, pode desmotivar o registro de falhas técnicas pelos comissários, comprometendo a segurança das operações.

A agência solicitou à Voepass esclarecimentos e uma revisão dos procedimentos, a fim de garantir que todas as falhas técnicas sejam devidamente reportadas e corrigidas, conforme os requisitos de segurança vigentes.

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VoePass suspende operações em Cascavel e outras 8 cidades

Após o trágico acidente aéreo que resultou na morte de 62 pessoas em Vinhedo (SP) no dia 9 de agosto, a VoePass anunciou a suspensão temporária de suas operações em Cascavel (PR) e em mais oito cidades brasileiras.

A interrupção, prevista para durar até o dia 26 de outubro, faz parte de um esforço da empresa para readequar sua malha aérea à frota disponível após a perda do avião ATR 72-500.

Cascavel foi o ponto de partida do voo 2283, que tinha como destino o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no dia do acidente.

Além de Cascavel, as cidades afetadas pela suspensão incluem: Fortaleza (CE), Confins (MG), Porto Seguro (BA), Salvador (BA), Natal (RN), Mossoró (RN), São José do Rio Preto (SP) e Rio Verde (GO).

A VoePass informou que as operações em Fortaleza, Confins e Porto Seguro já foram interrompidas no dia do acidente.

A partir de 26 de agosto, a empresa deixará de operar em Salvador, Natal e Mossoró. Já em 2 de setembro, as operações em São José do Rio Preto, Cascavel e Rio Verde serão suspensas.

Os passageiros afetados pela suspensão dos voos serão reembolsados conforme a Resolução nº 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que regula os direitos dos consumidores no transporte aéreo.

Em nota, a VoePass afirmou que “os passageiros estão sendo alocados em outros voos” e que a empresa está trabalhando para minimizar os transtornos.

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A companhia reforçou seu compromisso com a qualidade do atendimento, assegurando que todas as reclamações estão sendo tratadas por seus canais oficiais.

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Suspensão de vendas e reorganização de malha

Além da suspensão dos voos, a VoePass interrompeu a venda de passagens para voos com partida ou chegada aos aeroportos de Fortaleza e Natal até o dia 31 de agosto.

A operadora responsável pelo aeroporto de Fernando de Noronha também interrompeu, desde o dia 12 de agosto, os voos que conectam o arquipélago a Fortaleza e Natal, além de suspender a venda de passagens da Voepass.

Apenas dois voos diários entre Recife e Fernando de Noronha foram mantidos, priorizando clientes que adquiriram bilhetes da Latam.

A Latam, por sua vez, esclareceu que “não há ingerência de uma empresa sobre a operação da outra”, enfatizando que a VoePass é a única responsável pela gestão técnica e operacional dos voos que realiza.

Isso inclui o atendimento aos passageiros nos aeroportos, a execução dos voos e o cumprimento das normas de aeronavegabilidade, bem como a contratação dos seguros obrigatórios.

A VoePass afirmou que a reorganização da malha aérea se deve ao contingenciamento necessário após o acidente, o que resultou em atrasos e cancelamentos de voos.

A companhia garantiu que está focada em aprimorar seus serviços e manter a segurança e o conforto dos passageiros durante esse período de transição.

Fonte: Uol

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