Além de cantor sertanejo, Sérgio Reis gosta de se envolver em política e já foi até deputado federal. Mesmo após o fim de seu mandato, ele mostrou nos últimos dias que continua ativo politicamente demonstrando apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
No último fim de semana, áudios e vídeos de Sérgio Reis convocando caminhoneiros de todo o Brasil a entrarem em greve viralizaram. Contudo, a categoria negou qualquer intenção em aderir ao movimento proposto pelo cantor e o Ministério da Infraestrutura também não o levou muito a sério.
Segundo Sérgio Reis, a greve dos caminhoneiros começaria no dia 7 de setembro, dia em que comemora-se a Independência do Brasil.
O movimento estaria sendo organizado com o intuito de protestar contra os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que são alvo de ataques de Bolsonaro e também mostrar apoio ao voto impresso, pedido pelo presidente.
Em uma reunião que aconteceu em Brasília com representantes do agronegócio, Sérgio Reis disse: “Nós vamos parar 72 horas. Se não fizer nada, nas próximas 72 horas, ninguém anda no País, não vai ter nem caminhão para trazer feijão para vocês aqui dentro“.
“Nada vai ser igual, nunca foi igual ao que vai acontecer em 7, 8, 9 e 10 de setembro, e se eles não obedecerem nosso pedido, eles vão ver como a cobra vai fumar, e ‘ai’ do caminhoneiro que furar esse bloqueio”, ameaçou Sérgio Reis.
Segundo o cantor, o presidente do Senado – Rodrigo Pacheco (DEM-MG) – receberá uma intimação para recebê-lo, juntamente com líderes dos caminheiros.
“Já entramos com pedido de o presidente do Senado nos receber no dia 8 de setembro, vou eu e dois líderes dos caminhoneiros, e dois líderes do sindicato da soja, para entregar a ele uma intimação, não é um pedido, é uma intimação, como se fosse um oficial de Justiça que fala ‘cumpra-se’“, disse.
“Enquanto o Senado não tomar essa posição que nós mandamos fazer, nós vamos ficar em Brasília e não saímos de lá até isso acontecer. Uma semana, dez dias, um mês e os caras bancando tudo, hotel e tudo, não gasta um tostão. E se em 30 dias eles não tirarem aqueles caras, nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra“, completou Sérgio Reis.
Greve? Caminhoneiros rebatem falas de Sérgio Reis
Acontece que, segundo vários representantes de grupos de caminhoneiros, a classe não está de acordo com o movimento orquestrado por Sérgio Reis.
José Roberto Stringasci, presidente da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), disse que “a grande maioria não vai participar” da greve ‘imposta’ pelo músico. José representa cerca de 45 mil motoristas autônomos.
Wallace Landim, o Chorão, presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), também negou o envolvimento da categoria no ato organizado por Sérgio Reis.
“Não nos envolvemos com política, nem a favor de governo ou contra governo, nem a favor do STF (Supremo Tribunal Federal) ou contra o STF”, disse.
“Nosso saudoso, grandioso cantor Sergio Reis. O senhor, quando deputado federal, o senhor nunca subiu na tribuna para falar em nome dos caminhoneiros“, chegou a afirmar o presidente da Abrava.
Plinio Dias, presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Carga (CNTRC), também se manifestou negando participação no movimento. “Sérgio Reis não representa nem os artistas, quanto mais os caminhoneiros“, afirmou.
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