A jornada dela é tão intensa que rendeu – até agora, vale ressaltar – duas autobiografias. Aos 81 anos de idade, Tina Turner viveu altos e baixos na carreira e na vida pessoal.
Ela sobreviveu à violência doméstica, perdeu um filho para o suicídio, tornou-se marca no Guiness Book (o livro dos recordes) e é dona de uma das vozes mais potentes da indústria da música.
Anna Mae Bullock, mais conhecida como Tina Turner, nasceu na comunidade de Nutbush, no Tennessee. Vale ressaltar que a cantora é quem tornou o local famoso, inclusive, ao descrevê-lo na canção ‘Nutbush City Limits’.
Hoje, a artista tem nacionalidade suíça e vive com o marido, o executivo da gravadora EMI, Erwin Bach, no país europeu. Do nascimento nos Estados Unidos à mudança para a Suíça, no entanto, há uma longa trajetória.
Ike e Tina Turner
Ainda na infância, a cantora teve o primeiro contato com a música, que aconteceu quando ela cantou em um coral de uma igreja. Aos 17 anos, ela conheceu Ike Turner, que tinha uma banda da qual ela se tornou backing vocal e, meses depois, a vocalista oficial.
A banda foi descoberta depois de três anos se apresentando em pequenos bares e casas de show. Com o nome artístico “Little Ann”, ou seja, “Pequena Ann”, Tina Turner fez a primeira gravação de estúdio da vida. Apesar do sucesso, a banda se separou meses depois, o que gerou uma multa por quebra de contrato.
E foi nesse cenário conturbado que Tina e Ike começaram a ter um relacionamento além da amizade e levaram isso para a música, decidindo iniciar uma dupla – que logo alcançou sucesso mundial. Com ‘River Deep Mountain High’, os dois estouraram no Reino Unido e foram chamados para abrir os shows dos The Rolling Stones.
Casados, eles começaram a sofrer com o desgaste do relacionamento e as agressões físicas de Ike, que chegou a jogar café quente no rosto dela e quebrar sua mandíbula, além de roubar dinheiro dela.
Traumas e mortes
Vinte anos depois de conhecer o músico, Tina finalmente conseguiu se desvencilhar dele e dos abusos físicos e psicológicos, que afetaram também sua carreira.
Ike Turner morreu em dezembro de 2007 devido a uma overdose de cocaína. Em entrevista ao jornal ‘The New York Times’, em setembro de 2019, a cantora disse que não sabe se um dia poderá perdoar tudo o que ele fez com ela, mas completou. “Ike está morto, portanto, não precisamos nos preocupar com ele”, refletiu.
Outro drama da vida pessoal foi a morte de Craig Raymond Turner. Filho mais velho da cantora, ele tirou a própria vida aos 59 anos de idade.
Em entrevista à ‘BBC’, em outubro de 2018, meses após a morte, ela afirmou que ainda não entendia o motivo de ele ter cometido o suicídio.
“Eu não tenho ideia do que o derrubou, exceto algo que o seguiu com solidão. Acho que foi algo por estar sozinho”, lamentou. “Ele era uma pessoa introvertida, muito tímido, então eu também não sabia, exceto agora quando ouço nossas últimas conversas e percebo uma mudança”, completou.
Tina Turner morreu? Saúde e felicidade aos 80
Poucos meses após ter se casado com o empresário que é seu atual marido, Tina sofreu um acidente vascular encefálico que deixou o lado direito do corpo paralisado. Com idade avançada, ela precisou – e conseguiu – reaprender a andar.
Em 2016, foi diagnosticada com um câncer intestinal e falência renal, e teve parte do intestino removido. Por conta dos problemas nos rins, a cantora chegou a cogitar morte assistida (eutanásia), conforme conta na autobiografia ‘Tina Turner: Minha História De Amor’, que foi publicada em 2018.
A salvação dela foi o marido, que doou o rim para a esposa em 2017. Ao completar 80 anos, Tina Turner disse, em entrevista ao ‘Daily Mirror’, que está feliz.
“Eu estou com 80 anos. O que vocês acham? Como eu achava que estaria aos 80 anos? Não assim, mas estou ótima. Me sinto bem. Eu estou sobrevivendo a algumas doenças muito sérias. É como ter uma segunda chance na vida. Estou feliz por ter 80 anos”.
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