Foto: Reprodução/Facebook Morte de João Paulo

Morte de João Paulo teve pedido de ajuda e quase fez Daniel largar carreira

Leandro (irmão de Leonardo), Buchecha (dupla de Claudinho), Mamonas Assassinas e, mais recentemente, Cristiano Araújo e Gabriel Diniz. Não são poucos os casos de músicos que morreram tragicamente em um momento de auge ou estabilidade da carreira no Brasil. A morte de João Paulo, da dupla com Daniel, que estourou com a música ‘Estou Apaixonado‘, aconteceu no mesmo contexto e também chocou o Brasil.

Em novembro de 2019, Daniel, que consolidou carreira solo após a tragédia, contou que pensou em largar a música após a morte de João Paulo. Todo ano, o amigo faz questão de homenagear o antigo companheiro na data que seria de seu aniversário: 28 de julho.

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“O único momento que pensei em desistir foi quando o João Paulo partiu. Receber a notícia do nada, 3 horas da manhã”, relembrou em entrevista ao ‘The Noite’, no SBT.

“Tinha certeza que tinha acabado. 40 dias após fui no Olympia [antiga casa de shows de São Paulo] cantar sozinho. Não sei até hoje como eu tive forças para realizar esse show, que era o sonho que a gente tinha. Fui aos trancos e barrancos”, desabafou.

O acidente que matou João Paulo

Na madrugada de 12 de setembro de 1997, José Henrique dos Reis, o João Paulo, voltava de um show da dupla em São Caetano do Sul, em São Paulo, e estava indo visitar a família em Brotas, quando sofreu um acidente fatal na Rodovia dos Bandeirantes, na altura da cidade de Cajamar.

As investigações apontaram que o pneu do carro que ele dirigia, uma BMW 328i/A, estourou. De acordo com um laudo pericial da época, isso teria feito o cantor perder o controle do veículo, que bateu no canteiro central, capotou quatro vezes e pegou fogo por volta das 3h da manhã.

Veja a notícia sobre a morte:

Amigo tentou salvar

Junto de João Paulo, estava o amigo e segurança Paulo César Pavarin. Com ferimentos leves, ele tentou retirar o cantor, mas não conseguiu e saiu pela janela traseira. Segundo o acervo do jornal ‘O Globo’, João Paulo ainda estava vivo após o acidente e pedia ajuda para se salvar.

Preso entre as ferragens, o cantor morreu carbonizado aos 37 anos. O corpo só foi retirado por volta das 7h.

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No mesmo relato, Paulo César afirmou que o cantor havia dormido ao volante alguns minutos antes do acidente e estava dirigindo havia pouco tempo, logo depois de terem feito uma parada em um posto de gasolina. Ele ainda ressaltou que ambos estavam exaustos por conta da rotina de shows.

Na época, a assessora de imprensa da dupla, Lu Barbosa, contou ao ‘Notícias Populares’ que o cantor não costumava dirigir nem voltar à cidade natal depois das apresentações. “Mas, desta vez, queria ver a mulher e a filha”, disse.

Homenagens

Cerca de 10 mil pessoas foram ao velório do cantor no Câmara Municipal de Brotas, a cidade onde ele nasceu e vivia a família, segundo dados da Polícia Militar.

No auge da carreira, João Paulo teve as merecidas homenagens de outros nomes da música sertaneja. No cortejo fúnebre, as duplas Chitãozinho e Xororó e Leandro e Leonardo, que eram amigos do cantor.

O corpo dele foi levado para o Cemitério Municipal de Brotas e acompanhado por uma multidão de fãs, amigos e familiares, que cantaram as músicas da dupla.

Indenização pela morte de João Paulo

Em 2014, a montadora BMW foi condenada a indenizar a família de João Paulo em R$ 400 mil por dano moral, mas ainda cabia recurso à decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo.

No ano seguinte, o valor foi reduzido e fixado em R$ 200 mil. Mas em outubro de 2018, passados vinte anos da morte, a família ainda lutava na Justiça para receber a indenização.

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